Topo

Atiradores matam 2 vacinadoras durante campanha contra pólio no Paquistão

18/01/2018 08h43

Islamabad, 18 jan (EFE).- Duas vacinadoras que trabalhavam em uma campanha contra a pólio, mãe e filha, morreram baleadas nesta quinta-feira por homens não identificados que se deslocavam em uma moto na cidade de Quetta, no oeste do Paquistão, único país junto ao Afeganistão onde esta doença continua sendo endêmica.

O porta-voz da polícia da cidade, Abdul Rashid, disse à Agência Efe que desconhecidos dispararam nas cabeças das duas mulheres quando elas se separaram da equipe de segurança que as protegia enquanto trabalhavam em uma campanha de vacinação.

"Foi um ataque contra a campanha de vacinação", garantiu Rashid.

Esta campanha contra a pólio começou na segunda-feira passada com o objetivo de imunizar 38 milhões de crianças em todo o país.

Paquistão e Afeganistão são os dois únicos países onde a pólio continua sendo endêmica, apesar dos avanços dos últimos anos na região.

Em 2016, o Paquistão registrou oito casos, frente aos 20 do ano anterior e aos 306 de 2014.

Os ataques armados de grupos integristas contra vacinadores e suas escoltas representaram o principal obstáculo na luta contra a doença, ainda que tenham se reduzido nos últimos anos.

Em abril de 2016, sete policiais que protegiam equipes de vacinação contra a pólio morreram baleados em Carachi, no sul do país.

Em janeiro desse ano, o país asiático viveu o pior atentado contra sua campanha para acabar com a doença quando um ataque suicida causou a morte de 15 pessoas, a maioria policiais que escoltavam os vacinadores.

Ainda que os talibãs não costumem reivindicar estas ações, grupos vinculados a eles e com base no cinturão tribal fronteiriço com o Afeganistão começaram em 2012 a cometer ataques armados contra os trabalhadores sanitários que causaram cerca de 100 mortes.