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SPD inicia congresso decisivo para futuro do Governo alemão

21/01/2018 10h19

Bonn (Alemanha), 21 jan (EFE).- Mais de 600 delegados do Partido Social-Democrata (SPD) alemão iniciaram neste domingo um Congresso decisivo para o futuro do Governo do país, divididos entre os que apoiam uma nova grande coalizão com Angela Merkel e os que apostam por ficar na oposição.

"No dia de hoje, o SPD, o nosso país e a Europa estão juntos. Confio nos nossos delegados e espero um debate limpo. Devem se impor os melhores argumentos", manifestou pouco antes do Congresso no Twitter o líder social-democrata, Martin Schulz, que defenderá o pré-acordo assinado com o bloco conservador de Merkel.

Porém, perante Schulz há vários grupos regionais do partido e sua ala jovem, os "Jusos", cujos algums membros receberam os delegados fora do local do Congresso em Bonn com cartazes contra uma grande coalizão que acreditam que afundará ainda mais o partido.

Além dos protestos destes grupos, compareceram no local ativistas de organizações ecologistas, descontentes com um pré-acordo que consideram renúncia aos objetivos climáticos.

À espera da votação, a maioria da cúpula e personalidades do partido apoia iniciar as negociações, ainda que sublinhe a necessidade de melhoras no pré-acordo fechado em 2 de janeiro entre o SPD, a União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler e sua ala bávara, a União Social-Cristã (CSU).

Eles desejam incluir medidas para limitar os contratos temporários, uma reforma de saúde mais igualitária independentemente do tipo de seguro que se tenha, e melhorar o regulamento da reagrupamento familiar para os refugiados, atualmente restrito.

Se hoje se for dado sinal verde ao pré-acordo com os conservadores como base para iniciar negociações formais de coalizão, estas começarão na próxima semana, próximo de completar quatro meses após a realização das eleições gerais.

Nas eleições de setembro, o CDU/CSU venceu com clareza, mas com uma forte queda de votos, enquanto que o SPD obteve seu mínimo histórico, com 20,5%.

Schulz anunciou então que o partido iria à oposição para se renovar, mas o fracasso das negociações de Merkel para formar uma coalizão com liberais e verdes o forçou a se abrir ao diálogo com a chanceler.

Os "Jusos", com 70 mil membros e 80 delegados, são uma minoria entre os quase meio milhão de filiados sociais-democratas, mas se transformaram na voz dos críticos a um acordo que a direção defende por "responsabilidade" para a Alemanha e a Europa.

Seu líder, Kevin Kühnert, virou o porta-bandeira e conseguiu que sua mensagem chegasse além do âmbito dos "Jusos".

Caso o Congresso dê sinal verde ao início de negociações formais e que estas se tornem em um pacto de coalizão, este deverá ser submetido a uma consulta entre as bases sociais-democratas.