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Ataque contra Save the Children no Afeganistão deixa 6 mortos e 20 feridos

24/01/2018 12h38

(Atualiza número de vítimas e acrescenta mais informações).

Kabul, 24 jan (EFE).- Pelo menos seis pessoas morreram nesta quarta-feira, entre elas um civil e três terroristas, e 20 ficaram feridas no ataque suicida contra a sede da organização não-governamental Save the Children em Jalalabad, no leste do Afeganistão, onde continua a busca pelos terroristas, informaram à Agência Efe fontes oficiais.

O porta-voz do governador de Nangarhar, Attaullah Khogyanai, explicou que dois guardas de segurança e um civil morreram no ataque, em que também morreram três agressores.

"Os 45 trabalhadores que estavam presos no edifício foram resgatados e evacuados", acrescentou Khogyanai, antes de indicar que o número de mortos e feridos pode aumentar nas próximas horas.

O porta-voz da Polícia de Nangarhar, Hazrat Hussain, disse à Efe que a operação de busca dos terroristas no edifício continua.

O ataque começou às 9h10 (horário local, 2h40 em Brasília), quando um suicida explodiu um carro-bomba na entrada do edifício e deu passagem a um número ainda não confirmado de terroristas, segundo a Polícia.

Um membro do conselho provincial de Nangarhar presente na região durante a operação, Zabihullah Zmarai, indicou que, segundo a informação proporcionada no local do ataque ainda há um terrorista ferido no edifício.

"Há um agressor ainda com vida que está ferido, escondido em alguma parte do edifício e ainda está resistindo às forças de segurança", apontou.

Zmarai também apontou que um escritório que, "acredita-se", pode pertencer a uma ONG sueca, próxima à de Save the Children, foi incendiado durante o ataque, sem provocar vítimas.

A Save the Children condenou o ataque através do Twitter, onde a organização dedicada à ajuda à infância se mostrou "devastada" com as notícias que chegavam de Nangarhar.

"Nossa principal preocupação é a segurança dos nossos empregados", ressaltou a ONG.

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque em uma mensagem divulgada no Telegram pela agência "Amaq", vinculada aos jihadistas, e indicou que a "operação de martírio" tinha como alvo duas instituições estrangeiras, "uma britânica e uma sueca", e um órgão governamental afegão.

Os grupos insurgentes armados e as organizações criminosas têm habitualmente entre os seus alvos as organizações não governamentais no Afeganistão, onde a segurança se deteriorou de maneira considerável nos últimos dois anos.

Em outubro do ano passado, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) anunciou a redução "drástica" das suas operações no país após vários ataques às suas instalações e a morte de sete dos seus trabalhadores em ataques armados em nove meses.

Nangarhar, província fronteiriça com o Paquistão, é uma das zonas mais inseguras do Afeganistão.

Nela operam os talibãs e o EI, que tem nesta região seu principal reduto no Afeganistão, e a capital é habitual palco de ataques terroristas contra civis.