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UE condena "firmemente" expulsão do embaixador espanhol na Venezuela

26/01/2018 10h40

Bruxelas, 26 jan (EFE).- A União Europeia (UE) condenou nesta sexta-feira "firmemente" a decisão da Venezuela de declarar persona non grata o embaixador da Espanha em Caracas, Jesús Silva Fernández, e expressou "plena solidariedade com a Espanha", ao mesmo tempo que pediu às autoridades venezuelanas para "reverter" a decisão.

A afirmação foi feita pela porta-voz de Exteriores da Comissão Europeia (CE), Catherine Ray.

A Venezuela declarou na quinta-feira Fernández persona non grata devido às contínuas "agressões e recorrentes atos de ingerência" do Governo espanhol nos assuntos do país.

Perguntada pela possibilidade de que esta decisão possa gerar novas sanções de Bruxelas a Caracas, Ray reiterou as medidas adotadas pelos Estados-membro na segunda-feira passada, que formalizaram "por unanimidade" sanções contra sete funcionários de alto escalão do Governo de Nicolás Maduro pela "repressão" no país.

Nesta lista estão o "número dois" de Maduro, Diosdado Cabello; o presidente do Tribunal Supremo, Maikel Moreno; o ministro de Interior e Justiça, Néstor Reverol; o chefe do serviço de inteligência, Gustavo Enrique González; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; o promotor geral Tarek William Saab e o ex-comandante da Guarda Nacional Bolivariana Antonio José Benavides.

"O objetivo destas sanções é lembrar às autoridades venezuelanas a necessidade de reverter ações que questionaram o Estado de direito e o respeito à ordem constitucional", reiterou a porta-voz.

Estas medidas supõem o congelamento de ativos e a proibição de entrar em território do bloco europeu e se somam às impostas em novembro - um embargo de armas e um veto a material que possa ser utilizado para "repressão interna" na Venezuela.

Perguntada pela posição europeia sobre a decisão da governista Assembleia Nacional Constituinte (ANC) venezuelana de convocar eleições presidenciais antes de maio, criticada pelos Estados Unidos, Ray disse que as eleições se baseiam em "um calendário eleitoral viável estipulado no contexto de diálogo nacional, com todos os atores relevantes e partes políticas".

"Todos eles devem assumir as suas responsabilidades e respeitar algumas condições de participação igualitária, justa e transparente, para uma composição mais equilibrada do Conselho Nacional Eleitoral, que é a única maneira de reconstruir a confiança do povo venezuelano no processo eleitoral e evitar maior polarização", concluiu Ray.

Os EUA expressaram sua rejeição à decisão da ANC por considerá-la uma entidade "ilegítima", e voltou a pedir eleições "livres e justas", algumas declarações que a Chancelaria da Venezuela qualificou de "infames", "hostis" e "intervencionistas".

O Governo da Espanha, por sua vez, assegurou que responderá com "reciprocidade" à expulsão do seu embaixador na Venezuela, e garantiu que vai continuar trabalhando de "todas as formas" para melhorar a situação do povo venezuelano.