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"Nevasca do século" atinge Moscou e causa transtornos

04/02/2018 14h27

Ignacio Ortega.

Moscou, 4 fev (EFE).- A já conhecida "nevasca do século" deixou a capital da Rússia coberta com um manto de meio metro de neve, provocou a queda de mais de 2 mil árvores, matou uma pessoa, paralisou o trânsito e provocou o cancelamento de dezenas de voos.

"Esta nevasca trouxe o maior número de precipitações de toda a história. A máxima anterior tinha sido em 1957", informou o Serviço de Meteorologia de Moscou.

A expectativa é de que no final do dia a neve já supere os 60 centímetros, o dobro do habitual para inverno no país, fato que se soma a uma brusca queda das temperaturas, que esta noite podem chegar a 13 graus negativos. Entre ontem e as primeiras horas de hoje já tinham caído 23 milímetros de neve, o que representa 64% da média mensal, que será superada amanhã, de acordo com as previsões.

"Infelizmente, a tempestade de ontem não passou sem vítimas. Uma pessoa morreu (no sábado) devido à queda de uma árvore", disse o prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, no Twitter.

Em outra mensagem, ele afirmou que a população deveria se preparar para uma nevasca "poderosa" e pediu para que ninguém ficasse perto de árvores ou postes. Segundo ele, mais de 2 mil as árvores caíram nas últimas 48 horas, provocando a destruição de casas, carros e mobiliário urbano, além de transtornos no transporte.

Os pedestres estão tendo muita dificuldade para caminhar nas ruas, tomadas de montes de neve de mais de um metro de altura, tanto nos arredores quanto no coração da cidade de 12 milhões de habitantes.

Chama especialmente a atenção a situação na Praça Vermelha, onde escavadeiras e caminhões trabalham sem parar. Entre um movimento e outra das máquinas, turistas tentam fazer uma foto da situação, já que o Mausoléu de Lenin, por exemplo, hoje ficou fechado.

Gorros e cachecóis não são mais suficientes para se proteger da neve e alguns acabam recorrendo ao guarda-chuva. De acordo com a Prefeitura, 14 mil máquinas e 60 mil garis trabalham para minimizar as consequências da nevasca.

A situação das estradas é ainda pior. Os carros não podem circular a mais de 40 km/h e os pontos de ônibus estão lotados, porque algumas linhas estão com o serviço suspenso. A recomendação do Ministério para Situações de Emergência é que as pessoas deixem os carros em casa.

Os aeroportos informaram o cancelamento de dezenas de voos e o adiamento de outros 150, o que provocou um efeito cascata em outros aeroportos do país com voos com destino à capital.

O motivo da anomalia é o ciclone proveniente do Mar Negro que está acompanhado de fortes ventos e grandes precipitações, que vão começar a diminuir amanhã.

"Nunca tinha ocorrido tanta precipitação em um prazo tão curto de tempo", disse o diretor do Centro Meteorológico da Rússia, Roman Vilfand.

As nevascas não dificultaram apenas a vida dos moscovitas. Atualmente, milhares de pessoas estão sem eletricidade nas regiões da zona central da parte europeia da Rússia.