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Trump garante que não conhece mulher que o acusa de assédio sexual

20/02/2018 17h46

(Atualiza com reação da mulher).

Washington, 20 fev (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu nesta terça-feira que não conhece a mulher que voltou a acusá-lo ontem de assédio sexual, um episódio que teria ocorrido em 2006 em Nova York, e afirmou que várias mulheres estão "aceitando dinheiro para inventar histórias" sobre ele e seus supostos abusos no passado.

"Uma mulher que não conheço e que, pelo que me lembre, nunca conheci, está na CAPA do Veículo de Notícias Falsas 'Washington Post' dizendo que a beijei (durante dois minutos) no lobby da Trump Tower há 12 anos. Isto nunca ocorreu!", escreveu Trump no Twitter.

"Quem faria isso em um espaço público com câmeras de segurança ativas e ao vivo? É mais uma Acusação Falsa", acrescentou o presidente americano.

"Por que o 'Washington Post' não fala sobre as mulheres que aceitaram dinheiro para inventar histórias sobre mim? Uma delas conseguiu pagar sua hipoteca. Só a 'Fox News' veiculou informações sobre isso... é uma história que não se encaixa na narrativa dos grandes meios de comunicação", acrescentou Trump.

O jornal "The Washington Post" publicou na noite de segunda-feira um perfil de Rachel Crooks, uma das 19 mulheres que alegam que Trump as assediou sexualmente no passado.

Crooks, de 35 anos, acusou Trump pela primeira vez pouco antes das eleições, afirmando que o magnata a teria beijado à força em janeiro de 2006, na Trump Tower.

Em outro tweet, Crooks respondeu hoje às mensagens de Trump, ao desafiá-lo a divulgar "as gravações" das câmeras de segurança "no corredor em frente aos elevadores do andar 24", onde ela garante que aconteceu o beijo, e não no lobby da Trump Tower, como afirmou o presidente.

"Deixemos isto claro para todo o mundo. São os mentirosos como você (Trump) que estão na política que fizeram com que eu me apresentasse para um cargo público ", tuitou Crooks, que anunciou que concorrerá como candidata do Partido Democrata para uma cadeira na Câmara dos Representantes do estado de Ohio.

O "Washington Post" publicou em seu perfil nessa rede social as palavras de Crooks durante uma recente reunião com um grupo de mulheres em Ohio, na qual contou o incidente que, segundo ela, ocorreu quando Trump tinha 59 anos e ela 22, e trabalhava como secretária para uma companhia que ficava na Trump Tower.

"Ele estava esperando o elevador do lado de fora de nosso escritório quando consegui reunir coragem suficiente para me apresentar a ele", explicou a mulher.

"Ele me pegou pelas mãos e me segurou. Começou a me beijar em uma bochecha, depois na outra. Entre os beijos, ele falava comigo, me perguntou de onde eu era e se gostaria de ser modelo. Ele não soltava minha mão, e então começou a me beijar na boca. Foi um beijo longo, provavelmente durou uns dois minutos, talvez menos", relatou Crooks.

Durante a campanha eleitoral de 2016, Trump negou todas as acusações de abuso sexual contra si e chegou a sugerir que algumas mulheres estavam mentindo porque não eram bonitas o suficiente para que ele tivesse tentado uma aproximação com elas.

A Casa Branca defendeu em várias ocasiões que o fato de que Trump foi eleito presidente há um ano demonstra que os americanos não se importam, ou não acreditam nas acusações contra ele.