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Rússia pede que EUA deixem zonas reconquistadas na Síria

24/02/2018 20h22

Nações Unidas, 24 fev (EFE).- A Rússia pediu neste sábado que os Estados Unidos deixem as zonas da Síria que já foram tomadas das mãos do Estado Islâmico (EI), pela coalizão que seu governo lidera no país árabe, e terminem com a "ocupação".

"A luta contra o terrorismo não deve ser um escudo para objetivos geopolíticos de legitimidade duvidosa. É isso que os Estados Unidos estão fazendo agora na Síria", disse o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, em reunião do Conselho de Segurança.

A Rússia aceitou hoje apoiar a resolução do Conselho que determina a trégua humanitária de 30 dias na Síria após vários dias de intensas negociações. Apesar do acordo, os representantes de Moscou e Washington voltaram a trocar acusações durante os discursos.

A embaixadora americana na Organização, Nikki Haley, criticou à Rússia por "atrasar" durante dias a adoção do texto. Nebenzia respondeu pedindo que os Estados Unidos, em vez de insistirem na "retórica" contra o seu país, acabem com a "ocupação" que a coalizão mantém em zonas da Síria das quais expulsou o EI.

"Isto teria um claro efeito humanitário. Isto permitiria ao governo sírio recuperar a normalidade em todas as áreas libertadas, incluindo o norte e o leste do país", disse.

A tensão nessas regiões se tornou evidente este mês, quando forças da coalizão mataram dezenas de combatentes aliados de Damasco em resposta a um suposto ataque na província de Deir ez- Zor (nordeste). Entre os mortos estavam vários russos, segundo admitiu Moscou, que insiste em que esses cidadãos não eram militares.

A Rússia tem forças na Síria a convite do governo em Damasco, que é seu aliado, e defende que as tropas americanas e de outros países enviadas para lutar contra o EI estão ilegalmente no país.