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Keiko pede que Kuczynski se afaste por causa de ligação com Odebrecht

07/03/2018 04h22

Lima, 7 mar (EFE).- A líder da oposição do Peru, Keiko Fujimori, afirmou na terça-feira que o presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, "deve se afastar" para evitar que o Congresso o retire do cargo por causa de "sérias questões" que existem pela sua ligação com a construtora Odebrecht.

"Diante desta situação tão complexa, onde há sérias questões de corrupção contra o presidente, e além disso, vemos um país paralisado, acredito que o presidente da República deve se afastar", declarou Keiko no programa jornalístico "Beto a saber", da emissora local" ATV".

Fujimori, que interrompeu com um período de mais de um ano sem falar com jornalistas, afirmou que, em caso que o governante não renuncie, existe um pedido de vacância (destituição) que "está gerando um consenso bastante amplo" no Congresso.

"Eu acho que (a renúncia) aliviaria esta situação de debater uma nova moção de vacância", comentou antes de assegurar que seu partido tomará nesta quarta uma decisão sobre esse pedido no Congresso.

Keiko também enfatizou que Força Popular "não está planejando novas eleições" e "será absolutamente respeitoso" da ordem constitucional, afirmando que presidência deve ser assumida pelo primeiro vice-presidente, Martín Vizcarra.

"Eu penso eu que o senhor Vizcarra, que também se manifestou dizendo que não renunciaria, poderia dar um maior impulso ao nosso país", disse.

Durante a entrevista, Keiko também negou que seu partido tenha recebido US$ 1,2 milhão da Odebrecht para financiar sua campanha eleitoral de 2011, como disse na semana passada, o ex-representante no Peru da construtora, Jorge Barata.

Keiko assegurou que Barata disse aos promotores peruanos que investigam o caso Odebrecht que não a conhece e não teve nenhum tipo de contato com ela.

"A investigação poderá levar a conhecer a verdade", afirmou, antes de dizer que "há um viés e uma intenção de enfraquecer a Força Popular" com este caso.