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Piñera volta ao poder no Chile com a promessa de fortalecer a economia

Sebastián Piñera retorna ao poder depois de governar o país de 2010 a 2014 - Ivan Alvarado/Reuters
Sebastián Piñera retorna ao poder depois de governar o país de 2010 a 2014 Imagem: Ivan Alvarado/Reuters

Gerard Soler

11/03/2018 12h53

Santiago, 11 mar (EFE).- O conservador Sebastián  Piñera assumiu neste domingo (11) a presidência do Chile pela segunda vez com a promessa de fortalecer a abatida economia e retocar as principais reformas de sua antecessora, a socialista Michelle Bachelet.

Piñera, de 68 anos, retorna ao Palácio de la Moneda depois de governar o país de 2010 a 2014, na ocasião marcando o primeiro triunfo de um candidato conservador depois de 20 anos de governos de centro-esquerda.

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O político ganhou as eleições do ano passado com a promessa de eficiência na gestão e de posicionar o Chile no caminho do crescimento e do progresso, um discurso parecido com o que o levou à vitória no pleito de 2009.

Agora, no entanto, Piñera afirma que será um presidente diferente daquele do primeiro mandato, mais sossegado e experiente.

"A melhor universidade para ser presidente não é Harvard, nem Chicago, é o Palácio de la Moneda", afirmou nesta semana em entrevista televisiva.

Uma das suas tarefas mais urgentes será tentar reativar a economia, que durante a última gestão de Bachelet cresceu com média anual de 2,1%.

Perspectivas melhores

Piñera navegará com o vento a favor. O fortalecimento do comércio internacional e a alta do preço do cobre melhoraram as perspectivas para a economia chilena antes de ele assumir a presidência, embora ele tenha planejado medidas adicionais. Uma delas é diminuir o imposto sobre as empresas, mantendo a arrecadação tributária, para favorecer a atividade econômica e a criação de empregos.

Piñera declarou que não chega com uma escavadeira para demolir o legado de Bachelet, mas avisou que tomará as medidas necessárias para "melhorar" algumas das principais reformas promovidas por sua antecessora, como a tributária, a trabalhista e a educativa.

Para realizar seu ambicioso programa de governo, ele conta com o apoio do Chile Vamos, uma coalizão de partidos que abrange desde a direita liberal até o pinochetismo.

E em seu gabinete ministerial, Piñera apostou em pessoas de sua confiança. Seis dos 23 ministros já estiveram no primeiro mandato, e três repetirão postos estratégicos: as pastas de Fazenda e Interior e a de porta-voz.

Piñera compaginou nestas últimas décadas a atividade política com uma bem-sucedida trajetória empresarial que o transformou em uma das pessoas mais ricas do país, com um patrimônio familiar de US$ 2,7 bilhões, segundo a revista "Forbes".

Nascido em Santiago em 1949 em uma família de classe média, ele foi o terceiro dos cinco filhos de Magdalena Echenique e José Piñera, um engenheiro e diplomata que participou da fundação do Democracia Cristã.

Militante

Doutor em Economia pela Universidade de Harvard, este político e empresário casado em 1973 com Cecilia Morel e pai de quatro filhos, foi militante e senador pelo Renovação Nacional, um dos principais partidos da direita chilena.

Apesar disso, simpatizou com o Democracia Cristã quando era jovem, votou contra a continuidade de Augusto Pinochet no plebiscito de 1989 e sempre condenou a violação aos direitos humanos cometida pela ditadura.

Agora ele enfrenta o desafio de dirigir o Chile aos "tempos melhores" que prometeu insistentemente desde que decidiu concorrer à eleição.