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América Latina será mais forte com mais integração, diz ex-ministra espanhola

14/03/2018 21h12

São Paulo, 14 mar (EFE).- A ex-ministra de Relações Exteriores da Espanha, Trinidad Jiménez, afirmou nesta quarta-feira durante o Fórum Econômico Mundial de São Paulo que a América Latina será mais forte no mundo com um maior grau de integração entre seus países.

"Vejo a América Latina como um conjunto integrado. Essa é a tendência da América Latina para que tenha força no cenário global", disse Jiménez durante um debate sobre os desafios apresentados pelas relações multilaterais.

A ex-ministra e hoje diretora global de Estratégia de Assuntos Públicos da Telefónica comentou que a América Latina tem que fazer um "grande esforço" de integração comercial, política, econômica e de infraestrutura porque "tem uma grande força".

"Nessa integração vai encontrar uma voz relevante no mundo", garantiu.

Em declarações à Agência Efe, ressaltou que "os Estados não podem atuar de maneira isolada neste momento", nem podem "resolver os desafios que o mundo apresenta" e por isso, a integração é a solução para enfrentá-los.

"A tendência atual tem que ser a integração dos países para poder enfrentar os grandes desafios que temos no mundo. Na época quem entendeu muito bem foi a União Europeia, que acredito que é o conjunto regional integrado mais perfeito que existe no mundo, e a América Latina também está entendendo", comentou.

Jiménez citou como exemplos de integração no território a América Central, a região andina, a Aliança do Pacífico e o próprio Mercosul, bloco com o qual a União Europeia negocia um acordo de livre-comércio que, segundo as partes, estaria próximo de ser fechado após cerca de duas décadas de negociação.

"Acredito que nos permite ser otimista, eles mesmos (América Latina) estão vendo os benefícios da integração", declarou à Efe.

Nesse sentido, Jiménez destacou que enquanto na Ásia há um intercâmbio comercial interno que alcança 50%, na América Latina essa percentagem só chega a 20%, e "isso evidentemente redunda em um prejuízo dos países da América Latina".

Mesmo assim, a ex-ministra ressaltou como um aspecto positivo "a quarta revolução industrial", uma vez que, ainda que a América Latina tenha entrado "tarde", pode ganhar impulso porque "tem boas infraestruturas digitais ".

"Hoje em dia se pode dizer que a América Latina é uma região conectada", frisou.

A 13ª edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial acontecerá até quinta-feira com a participação de 750 políticos, empresários, comunicadores e analistas de 40 países do mundo para debater sobre os desafios e as oportunidades da região.