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EUA citam China, Rússia, Irã e Venezuela em relatório de direitos humanos

20/04/2018 15h54

Washington, 20 abr (EFE).- Os Estados Unidos mencionaram nesta sexta-feira China, Rússia, Irã Coreia do Norte como países que violam "diariamente" os direitos humanos dos seus cidadãos e destacaram também a crítica situação na Venezuela, Síria e Mianmar no relatório anual do Departamento de Estado sobre o tema.

"Os governos da China, Rússia, Irã e Coreia do Norte violam os direitos humanos daqueles que estão dentro das suas fronteiras diariamente, e como resultado geram instabilidade", escreveu o secretário de Estado americano interino, John Sullivan, no prefácio do relatório.

Em entrevista coletiva, Sullivan destacou também como é especialmente preocupante a situação na Síria, pela longa guerra civil; em Mianmar, pela limpeza étnica contra os rohingyas; e na Venezuela, pela sua crise política e humanitária.

"O regime (do presidente venezuelano, Nicolás) Maduro reprime os direitos humanos do seu povo e os impede de ter uma voz em seu governo", indicou o titular interino da diplomacia americana.

Pelo segundo ano consecutivo, o relatório do Departamento de Estado não contém uma "lista negra" dos países que de acordo com os EUA têm o pior histórico de direitos humanos do mundo, uma tradição que o governo de Donald Trump decidiu não seguir.

O relatório, referente 2017 e que serve como base para o Congresso na hora de conceder ajuda externa, contém informação sobre 200 países do mundo, e identifica uma única tendência global preocupante: "A corrupção e fraqueza governamental", que "ameaça a estabilidade global e os interesses americanos".

"Alguns governos são incapazes de manter a segurança e enfrentar as necessidades básicas de seus povos, enquanto outros simplesmente não estão dispostos", indicou Sullivan.

Sobre a Rússia, o relatório indica que a anexação da península ucraniana da Crimeia "continuou afetando significativa e negativamente a situação de direitos humanos" na Ucrânia, e destaca outras violações como "assassinatos extrajudiciais" e "desaparecimentos forçados, tortura sistemática e que às vezes resultava em morte".

Também cita a "falta de independência judicial, os prisioneiros políticos", "graves restrições à liberdade de expressão, de imprensa", de "assembleia pacífica" e de associação, e um "clima de impunidade" gerado pela reticência do governo russo em "processar e punir a maioria dos funcionários que cometeram abusos".

Na China, o relatório indica que as piores violações das quais "o governo foi responsável" incluem "execuções sem o devido processo", " desaparecimentos forçados", torturas, "detenções arbitrárias" e ilegais e restrições às "liberdades de expressão, imprensa, assembleia, associação, religião e movimento".

A respeito do Irã, o documento menciona "um alto número de execuções" por crimes menores segundo os padrões internacionais e sem o devido processo, "os desaparecimentos" forçados, a tortura, "detenções arbitrárias, centenas de prisioneiros políticos", e "graves restrições à liberdade de expressão".

A "repressão dos protestos nacionais que começaram em 28 de dezembro" é considerada no relatório um exemplo das "graves restrições aos direitos de assembleia e associação" no Irã.

Sobre a Coreia do Norte, denuncia "execuções extrajudiciais, desaparecimentos, detenções arbitrárias, tortura, campos de prisioneiros políticos", "julgamentos injustos", "abortos coagidos, tráfico de pessoas" e "negação da liberdade de expressão, imprensa, assembleia, associação, religião e movimento".