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Trump reitera desejo de sair da Síria, mas quer deixar "marca duradoura"

24/04/2018 15h57

Washington, 24 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta terça-feira que deseja retirar os cerca de 2.000 soldados americanos que estão na Síria "o mais rápido possível", mas garantiu que quer deixar "uma marca duradoura" no país árabe e não dar "via livre" ao Irã para que faça o que queira.

"Voltaremos pra casa, mas queremos deixar uma marca forte e duradoura", disse hoje Trump em entrevista coletiva junto ao presidente da França, Emmanuel Macron.

"No que se refere à Síria, eu adoraria sair dali. Eu adoraria trazer nossos incríveis guerreiros outra vez pra casa", afirmou Trump, que assegurou que estes fizeram "um grande trabalho" ao recuperar os territórios que o Estado Islâmico (EI) chegou a dominar na Síria e no Iraque.

No entanto, embora tenha reiterado que quer sair da Síria, Trump disse que concorda com Macron na necessidade de não dar "via livre" ao Irã no Mediterrâneo.

Os EUA temem que o Irã consiga criar um "corredor xiita" de Teerã até o Mediterrâneo através das regiões xiitas do Iraque, o que daria a Teerã um atalho aos seus aliados no Líbano e na Síria.

Por isso, Trump considerou que o conflito na Síria e a intervenção dos EUA, como líder de uma coalizão internacional, deveria fazer parte de um "acordo geral" com o Irã, no qual seriam incluídos os diferentes territórios onde procura influência, assim como o acordo nuclear.

"Quando fizeram o acordo com o Irã, o que deveriam ter feito é incluir a Síria", considerou Trump, que destacou que o pacto de 2015 com o Irã, que os Estados Unidos ameaçam abandonar em maio, deu ao país persa "uma quantidade tremenda de dinheiro".

Por sua parte, Macron se mostrou de acordo com Trump e garantiu que o objetivo é "estabelecer uma série de acordos" para conseguir "construir a paz" na Síria e transformá-la em "um país soberano inclusivo".

"Além da presença militar e além das tropas no terreno, temos que construir, como digo, a paz. Um novo marco inclusivo", salientou Macron, acrescentando que a França aumentará suas contribuições à coalizão internacional contra o EI liderada pelos EUA na Síria e no Iraque.

Trump já havia expressado no início do mês seu desejo de "trazer para casa" as tropas na Síria, uma vez que o Estado Islâmico fosse derrotado.

Um dos objetivos de Macron nesta visita era convencer Trump a manter a presença militar americana na Síria após a derrota do grupo jihadista.

Há dez dias, os Estados Unidos e a França lançaram, junto com o Reino Unido, uma operação militar seletiva na Síria como represália pelo suposto uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al Assad.