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Presidente da região de Madri renuncia após escândalos

25/04/2018 09h19

Madri, 25 abr (EFE).- A presidente da região de Madri, Cristina Cifuentes, do Partido Popular (PP), anunciou nesta quarta-feira sua renúncia após ter se envolvido nas últimas semanas em um escândalo por não conseguir provar que fez um mestrado e da acusação de ter furtado produtos de um supermercado em 2011.

Em entrevista coletiva, Cristina comunicou a decisão de renunciar de maneira imediata e disse que pretendia fazer isso no dia 2 de maio, feriado em Madrid, mas antecipou o anúncio após a divulgação, hoje, de um vídeo sobre o furto em um supermercado que qualificou de "um erro involuntário".

Além disso, pesa contra Cristina uma moção de censura convocada pela oposição para retirá-la do cargo, que devia ser tramitada no início de maio, e alguns dos seus próprios colegas de partido tinham criticado sua atitude.

Em um pronunciamento à imprensa no qual não aceitou perguntas, Cristina disse que foi vítima de uma campanha de "assédio e demolição", baseada em "ataques pessoais" que foram além da luta política.

Há um mês, a presidente da região de Madri estava em todos os veículos de imprensa após um jornal digital publicar irregularidades sobre um mestrado em Direito Público que fez em uma universidade da capital espanhola e do qual nunca foi encontrado o trabalho final que o justificasse. Além disso, alguns documentos tinham assinaturas falsificadas de professores.

Os pedidos renúncia começaram desde então, embora Cristina tenha se mantido no cargo. No entanto, decidiu renunciar hoje depois que outro jornal divulgou um vídeo no qual aparece sendo retida por um agente de segurança após ser denunciada por furto por uma funcionária de um supermercado.

Cristina disse que cometeu este ato "sem estar consciente", que pagou os 40 euros que custavam os cremes cosméticos que furtou e lembrou que há dois anos sofreu uma tentativa de "extorsão" com esse vídeo e comunicou à polícia.

A presidente disse que renunciou hoje ao cargo para evitar que "a esquerda radical" governe na região de Madri (6,4 milhões de habitantes) e "ponha em risco" a gestão feita pelo PP nos três anos de legislatura.