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Hamas acusa ANP de ter atacado comboio do primeiro-ministro palestino

28/04/2018 17h35

Gaza, 28 abr (EFE).- O movimento islamita Hamas acusou neste sábado a inteligência da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de estar por trás do ataque com explosivo contra o comboio do primeiro-ministro palestino, Rami Hamdala, quando visitou a Faixa de Gaza em março, informaram fontes oficiais.

Membros do serviço de inteligência na cidade cisjordaniana de Ramala "ativaram células subversivas para minar a estabilidade de segurança em Gaza", declarou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério do Interior do enclave controlado pelo Hamas, Iyad Al Bozom.

"Os que fizeram a tentativa de assassinato de Abu Naim (chefe de segurança do Hamas) no centro de Gaza em outubro de 2017 foram os mesmos que detonaram uma bomba quando o comboio de Hamdala transitava no norte de Gaza em 13 de março", declarou Al Bozom.

O porta-voz do ministério identificou o autor como Abu Hamza Ansari, ou Ahmad Sawafta, da Cisjordânia, que segundo ele recebeu instruções diretas de funcionários dos serviços de inteligência de Ramala.

Além disso, acrescentou que os mesmos também estiveram por trás dos atos de sabotagem prévios em Gaza e no Sinai do Egito, com a cobertura de milicianos salafistas.

"Nossa investigação revelou que a célula estava planejando ataques contra personalidades internacionais que visitavam a Faixa de Gaza, assim como delegações de segurança egípcia e líderes do Hamas", afirmou Al Bozom.

Em 13 de março, uma explosão atingiu o comboio no qual viajava Hamdala e o chefe de Inteligência palestina, Majid Faraj, sem deixar vítimas, pouco depois de entrar em Gaza para uma visita oficial da liderança da ANP em virtude do acordo de reconciliação entre o Hamas e o partido nacionalista Al Fatah firmado em outubro do ano passado.

O presidente da ANP e do Al Fatah, Mahmoud Abbas, acusou de "tentativa de assassinato" o movimento islamita, que controla a segurança em Gaza desde 2007.

O acordo de reconciliação tem como objetivo fazer com que o Hamas transfira o controle total do enclave à ANP e, embora tenha entregado a maioria dos ministérios, o movimento islamita mantém o de segurança, por isso o acordo é considerado estagnado.