Topo

Morre Alfie Evans, o bebê britânico que foi alvo de batalha judicial

28/04/2018 04h59

Londres, 28 abr (EFE).- O bebê britânico Alfie Evans, de 23 meses, que sofria uma doença degenerativa, cujos pais travaram uma batalha judicial em seu país para levá-lo até a Itália e que fosse tratado lá, morreu, informou neste sábado seu pai, Tom Evans.

Em uma mensagem colocada no Facebook, Evans anunciou a morte da criança com uma mensagem: "O meu gladiador ganhou seu escudo e suas asas às 2h30 (hora local). Absolutamente desconsolados".

Os pais de Alfie desafiaram a Justiça britânica nos últimos meses e ao hospital onde estava internado em Liverpool para conseguir que seu filho fosse transferido para a Itália, onde um hospital mostrou sua disposição em tratá-lo.

Os médicos desligaram os aparelhos que o mantinham vivo na última segunda-feira, depois de ter estado internado no Hospital Alder Hey Children's desde maio de 2016.

A Justiça britânica determinou em fevereiro que essa medida estava no "interesse" do bebê, cujo cérebro foi danificado pela doença e tinha perdido a visão, audição e tato.

O Supremo Tribunal do Reino Unido ratificou essa decisão na semana passada, enquanto a Corte de Apelações aos pais, na quarta-feira, o direito de levá-lo para o hospital pediátrico Bambino Gesù, gerenciado pelo Vaticano, em Roma, que se ofereceu para tratar da criança.

A diretora do hospital italiano, Mariella Enoc, afirmou que o Ministério da Defesa de seu país tinha posto à sua disposição um avião e uma equipe médica para realizar a transferência do bebê em caso que os juízes britânicos dessem o aval.

Após a última negativa do Tribunal de Apelações, o pai de Alfie afirmou que colaboraria com os médicos do hospital de Liverpool, a quem tinha acusado em dias atrás de manter "prisioneiro" seu filho.

Evans afirmou que trabalharia com a equipe de médicos para oferecer ao bebê "a dignidade e conforto que necessita".

Durante o processo judicial dos últimos meses, o hospital argumentou que os exames cerebrais de Alfie mostravam uma "degradação catastrófica" dos tecidos e consideraram "desumano" manter o tratamento.