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Italianos votam em eleição regional que pode influenciar formação de governo

29/04/2018 07h58

Roma, 29 abr (EFE).- A região de Friuli Veneza Giulia, no nordeste da Itália, vai às urnas neste domingo em uma eleição considerada chave para o cenário político nacional, já que os resultados podem influenciar na formação do governo do país.

Mais de 1 milhão de italianos poderão votar no pleito da região, que faz fronteira com a Áustria e a Eslovênia. Segundo as pesquisas, o favorito é Massimiliano Fedriga, apoiado pela coalizão, liderada pela Liga Norte (LN), que venceu as eleições gerais de março.

Os principais rivais de Fedriga são Sergio Bolzonello, da coalizão de centro-esquerda do Partido Democrático (PD), que governou a região nos últimos cinco anos. O Movimento Cinco Estrelas (M5S) disputa o pleito sem alianças com Alessandro Morgera.

As eleições da região, uma das cinco com autonomia especial garantida pela Constituição, ocorrem enquanto os principais partidos discutem a formação de um governo central. As negociações se arrastam desde março já que nenhum obteve a maioria no pleito.

Por esse motivo os resultados em Friuli ganham projeção nacional. A coalizão liderada pela LN pode obter um novo triunfo, assim como já ocorreu no último domingo na região de Molise, no centro do país, e reforçar seu poder nas negociações.

As pesquisas apontam que a LN terá a maioria dos votos, superando amplamente a aliada Forza Itália, de Silvio Berlusconi. No entanto, o líder do partido, Matteo Salvini, já antecipou que mantém o compromisso de manter a coalizão unida e tirou fotos ao lado do ex-primeiro-ministro para reforçar a aliança entre as legendas.

A coalizão liderada pela LN tentou uma coalizão de governo com o MS5, partido mais votado individualmente nas eleições gerais de março, mas as negociações fracassaram porque Salvini se recusa a abandonar o pacto com Berlusconi.

O presidente do país, Sergio Mattarella, pediu que o presidente da Câmara, Roberto Fico, convidasse o M5S a buscar apoio do PD. O partido do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi decidirá na próxima quarta-feira se abrirá negociações.

Salvini disse que os resultados em Friuli darão um "sinal" do que os italianos querem. As declarações são uma tentativa de forçar o líder do M5S, Luigi di Maio, a retirar o veto a Berlusconi, favorecendo um governo entre os dois partidos mais votados.