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Mulheres denunciam que foram agredidas pelo procurador-geral de Nova York

07/05/2018 22h21

Nova York, 7 mai (EFE).- Quatro mulheres denunciaram que o procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman, com quem garantiram ter mantido uma relação sentimental, as agrediu fisicamente em várias ocasiões, segundo revelou nesta segunda-feira a revista "The New Yorker".

A publicação menciona que apenas duas das envolvidas, identificadas como Michelle Manning Barish e Tanya Selvaratnam, tornaram públicas suas supostas experiências com o procurador-geral, já que asseguram que, ao fazer isso, "protegem outras mulheres".

Segundo os testemunhos de Manning e Selvaratnam, nos seus encontros com Schneiderman, este as agrediu sem o seu consentimento, frequentemente quando estavam na cama e depois de ter ingerido álcool, e, embora não tenham denunciado à polícia, requisitaram assistência médica após serem esbofeteadas no ouvido e no rosto.

O atual procurador-geral de Nova York se destacou no movimento contra os abusos sexuais surgidos nos Estados Unidos no ano passado após as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein.

Selvaratnam, que teve uma relação com o procurador entre o verão de 2016 e o outono de 2017, assegura que Schneiderman lhe advertiu que podia segui-la e interceptar seu telefone.

Já Manning Barish afirma que esteve vinculada com Schneiderman do verão de 2013 até o Ano Novo de 2015.

Ambas declararam à revista que o procurador-geral de Nova York supostamente ameaçou matá-las se rompessem a relação com ele.

A "New Yorker" afirma também que uma terceira mulher, que também alega ter mantido uma relação romântica com Schneiderman, garantiu a Manning Barish e a Selvaratnam que ela foi alvo repetidamente de violência física não consentida, mas não o denuncia por medo.

Uma quarta mulher, que prefere o anonimato e à qual a revista se refere como uma advogada que ocupou importantes cargos no âmbito legal, relatou que, após rejeitar os avanços do procurador, este a estapeou com tanta força que lhe deixou uma marca que ainda tinha no seu rosto no dia seguinte.

Manning Barish e Selvaratnam asseguraram à revista que sua angústia e indignação aumentaram quando Schneiderman usou o poder do escritório que dirige para assumir um papel destacado no movimento #MeToo contra os abusos sexuais.

"Sua hipocrisia é épica (...). Enganou tanta gente...", lamentou Manning Barish.

Em comunicado enviado à revista, o procurador-geral negou ter abusado de qualquer mulher e indicou: "Na intimidade de uma relação envolvi-me em um jogo de papéis e outras atividades sexuais consensuais".

Além disso, rejeitou ter se envolvido "em sexo não consentido", algo que, segundo sustentou, "é uma linha que não poderia cruzar". EFE

rh/rsd