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Maduro propõe "muitas mudanças" e novo diálogo de "reconciliação nacional"

20/05/2018 12h10

Caracas, 20 mai (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs neste domingo aplicar "muitas mudanças" no país para enfrentar a crise econômica e sugeriu um novo processo de diálogo para a "reconciliação nacional", depois de votar nas questionadas eleições com as quais pretende se manter no cargo.

"Aqui é preciso mudar muitas coisas, e eu diria hoje que aqui é preciso mudar essencialmente os métodos de governo, cada vez mais, e fazer um governo inclusivo de união nacional, um governo de diálogo, de ação permanente, com o povo", disse.

Maduro explicou que estas conversas, ao contrário de outros processos de diálogo realizados sem sucesso nos últimos anos com a oposição política, teriam como interlocutores os "setores organizados, empresariais, trabalhadores".

"Vou convocar acompanhantes internacionais para que nos ajudem, nos apoiem, nos facilitem esses processos de diálogo, um diálogo para ir a um processo de reconciliação nacional. É preciso pôr o ódio, a revanche, o confronto estéril de lado, é preciso nos reencontrar entre venezuelanos", alegou.

O processo, segundo o mandatário, deve permitir "que todas as partes se sentem para um grande acordo econômico de desenvolvimento, recuperação e prosperidade" para que se consiga um novo sistema de fixação de preços e um novo "sistema de distribuição e comercialização que abranja todo o país".

"O que queremos nós, venezuelanos? Uma nova economia. A economia que existe hoje não nos serve, porque foi infectada de neoliberalismo, de capitalismo selvagem", argumentou.

Maduro quer ser reeleito hoje em um pleito do qual não participou a maioria esmagadora da oposição, por considerá-lo fraudulento, em consonância com grande parte da comunidade internacional, que fez vários apelos para que a votação fosse suspensa.

"Ao mundo digo basta, acabe com a campanha feroz para mudar a nossa realidade", respondeu hoje o governante aos questionamentos sobre a legitimidade da eleição.

"Não podem continuar jogando esses governos irresponsáveis da direita oligárquica e corrupta da América Latina para pressionar a Venezuela, isolar a Venezuela, prejudicar a Venezuela. Não, isso é criminoso, eles têm que reconhecer que aqui há um povo", acrescentou.

Maduro disse que não se importa de ser chamado de ditador por países como os Estados Unidos, mas manifestou indignação pelas acusações de que a Venezuela vive sob uma ditadura, por considerar que esta "é uma ofensa ao povo".

Disputam com Maduro o cargo de presidente o ex-governador Henri Falcón - um chavista dissidente que não apoiou a decisão da MUD de não participar e inscreveu candidatura -, o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.

Nesta jornada, para a qual a principal coalizão opositora pediu que os eleitores não votem, também serão eleitos os membros dos conselhos legislativos dos 23 estados e dos 335 municípios.