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EUA responderão "reciprocamente" à expulsão de diplomatas pela Venezuela

23/05/2018 12h40

Washington, 23 mai (EFE).- O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou nesta quarta-feira que o governo dos dos Estados Unidos responderá "reciprocamente" à expulsão de dois de seus diplomatas de maior categoria na Venezuela e avisou que sua resposta poderia ser inclusive mais ampla, mas não ofereceu detalhes.

"Recebemos uma notificação formal, responderemos de maneira apropriada, reciprocamente, talvez mais do que isso, apropriadamente. Continuamos monitorando o regime de Maduro e seu destrutivo comportamento contra o povo da Venezuela", disse Pompeo durante um comparecimento no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deu ontem 48 horas para o encarregado de negócios dos EUA em Caracas, Todd Robinson, e seu "número 2", Brian Naranjo, que exercia a função de chefe da seção política da embaixada, deixarem o país.

Maduro, além disso, acusou Robinson de participar de uma conspiração militar, econômica e política, assim como de ter "violado a lei internacional de maneira descarada", e disse ter provas que serão apresentadas mais adiante.

O diplomata rejeitou essas acusações, uma postura que também foi defendida pelo Departamento de Estado americano, que qualificou de "falsas" as acusações de Maduro.

Antecipando-se à previsível expulsão do encarregado de negócios venezuelano nos EUA, Carlos Ron Ramírez, em virtude da reciprocidade diplomática, Maduro o nomeou ontem como vice-ministro de Relações Exteriores para a América do Norte e deixou vacante, por enquanto, o cargo em Washington.

Robinson estava a menos de um ano em Caracas e é o mais alto representante dos EUA na Venezuela, dado que ambos os países não possuem embaixadores há oito anos, produto do conflito diplomático entre os dois países desde que começou a chamada revolução bolivariana com a eleição de Hugo Chávez em 1999.

Os Estados Unidos, assim como outros países, entre eles o Brasil, não reconheceram a vitória de Maduro nas eleições de domingo, que foram boicotadas pela maior parte da oposição por considerá-las fraudulentas.

Sobre essa questão, Pompeo afirmou hoje que os Estados Unidos "estão impondo uma nova pressão econômica sobre o regime de Maduro para ajudar o país a retornar à democracia" e, além disso, garantiu que está trabalhando com "os sócios regionais com ideias afins para que façam o mesmo".

Logo antes das eleições de domingo, os Estados Unidos sancionaram o "número 2" do governo venezuelano, Diosdado Cabello, e na segunda-feira o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que limita a capacidade do Executivo de Nicolás Maduro para vender títulos da dívida e outros ativos públicos em território americano.