Topo

Familiares de líder do Senado afegão são mortos em operação militar

29/05/2018 08h13

Cabul, 29 mai (EFE).- Pelo menos nove pessoas, várias delas familiares do presidente do Senado afegão, morreram durante uma operação antiterrorista das tropas afegãs no leste do Afeganistão, informaram nesta terça-feira à Agência Efe várias fontes oficiais, que asseguraram que quase todas as vítimas eram civis.

A operação aconteceu ontem à noite no distrito de Chaparhar, na conflituosa província de Nangarhar, afirmou o porta-voz do governador regional, Attaullah Khogyanai.

"Nove pessoas morreram e oito ficaram feridas - entre elas uma mulher e uma criança -, explicou o porta-voz, que acrescentou que entre os mortos e feridos há parentes do presidente do Senado afegão, Abdul Hadi Muslimyar.

Khogyanai, que evitou dar mais detalhes, afirmou que uma "delegação de alto nível" está chegando desde Cabul para investigar o ocorrido.

O porta-voz da polícia de Nangarhar, Hazrat Hussain Mashriqiqal, indicou que a operação foi feita pela Unidade 2 das forças especiais do Diretório Nacional de Segurança (NDS), a principal agência de inteligência afegã.

Um membro do Governo provincial, que pediu anonimato, especificou que foi uma operação antiterrorista noturna, um tipo de ação na qual o objetivo das forças de segurança é combater a insurgência e destruir os seus esconderijos.

Um primo do presidente do Senado, Ghulam Haidar Faqirzai, que é diretor do escritório de Repatriação e Refugiados de Nangarhar, garantiu que todos os mortos e feridos eram civis, exceto um comandante local da polícia.

"Todas as vítimas mortas são primos meus e parentes", afirmou Faqirzai, que ressaltou que a área onde ocorreu a operação é controlada por forças leais ao Governo que lutam contra os insurgentes e que muitos dos mortos são funcionários.

O distrito de Chaparhar, situado ao oeste de Jalalabad, a capital regional, é um dos mais inseguros da província e tantos os talibãs como o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) estão presentes nele.

Durante os últimos dois anos, as forças especiais afegãs realizaram com frequência operações contra a insurgência na região, embora em algumas ocasiões tenha acusado as tropas da morte de civis durante estas incursões.