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Geórgia rompe relações com Síria após anúncio sobre Abkházia e Ossétia do Sul

29/05/2018 09h54

Tbilisi, 29 mai (EFE).- A Geórgia informou nesta terça-feira que romperá as relações diplomáticas com a Síria depois do anúncio desta terça-feira, no qual o país árabe reconheceu a independência das regiões separatistas georgianas de Abkházia e Ossétia do Sul.

"A Geórgia iniciou os trâmites para a suspensão das relações diplomáticas com a Síria", disse o vice-chanceler georgiano David Dondua à imprensa.

O diplomata denunciou que com a decisão, o Governo de Bashar Al-Assad respaldou "a agressão militar da Rússia contra a Geórgia, a ocupação das regiões georgianas e a limpeza étnica" da qual Tbilisi acusa Moscou.

Dondua garantiu que o anúncio sobre o reconhecimento da independência de Abkházia e Ossétia do Sul carece de legitimidade.

A decisão de Damasco "viola as normas fundamentais do direito internacional", disse o vice-ministro.

Além disso, a Geórgia pediu que a comunidade internacional condene a decisão síria, que foi possível devido à "manipulação russa", segundo denunciou em redes sociais o ministro das Relações Exteriores georgiano, Mikhail Dzhanelidze.

Abkházia e Ossétia do Sul informaram hoje através de comunicados sobre o "reconhecimento mútuo e o estabelecimento das relações diplomáticas" com a Síria para o desenvolvimento de contatos "em todos os âmbitos".

Segundo veículos de imprensa russos, ontem em Moscou aconteceu uma reunião entre os embaixadores da Síria, de Abkházia e de Ossétia do Sul na Rússia, na qual os diplomatas acordaram a data da publicação e o conteúdo do anúncio sobre o reconhecimento das regiões separatistas.

A Rússia reconheceu a independência de Ossétia do Sul e de Abkházia após derrotar a Geórgia na guerra pelo controle do território em agosto de 2008, em uma decisão apoiada pela Venezuela, Nicarágua e Nauru e amplamente criticada pela comunidade internacional.

Moscou teve um papel crucial para sustentar o regime do Governo sírio do presidente Bashar Al-Assad, a quem ajudou a recuperar amplos territórios de seu país que estavam em mãos de grupos terroristas e milícias opositoras.