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Falta de quórum no Congresso paraguaio adia votação de renúncia de Cartes

30/05/2018 14h02

Assunção, 30 mai (EFE).- A renúncia de Horacio Cartes à presidência do Paraguai não foi votada nesta quarta-feira devido à falta de quórum no Congresso no país.

A sessão extraordinária foi convocada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Pedro Alliana, depois de Cartes ter anunciado a renúncia na segunda-feira para tomar posse como senador em julho.

Apenas 13 dos 45 senadores e 50 dos 80 deputados compareceram à sessão. Os ausentes não querem que Cartes tome posse porque a Constituição estabelece que os ex-presidentes do país sejam considerados senadores vitalícios, sem direito a voto.

Entre os ausentes havia senadores da corrente liderada pelo presidente eleito do país, Mario Abdo Benítez, dentro do Partido Colorado, comandado por Cartes.

Também aderiram ao boicote os deputados do Partido Liberal, o maior da oposição, e os cinco senadores da Frente Guasu, liderada pelo ex-presidente Fernando Lugo, hoje presidente do Congresso.

Destituído da presidência por impeachment em 2012, Lugo foi eleito para o Senado no ano seguinte, aproveitando-se de uma brecha da Constituição que determina que apenas os ex-presidentes que concluíram seus mandatos se tornarão senadores vitalícios.

O bloqueio atrapalha a tentativa de Cartes de tomar posse no dia 1º de julho após ser eleito no pleito de abril. No entanto, o Partido Colorado afirma que vai pedir outra sessão extraordinária para votar a renúncia do ainda presidente do Paraguai.

Cartes apresentou sua renúncia para não acumular os dois cargos. Abdo Benítez só assume o poder no dia 15 de agosto, mais de um mês depois da posse dos novo senadores paraguaios.

Caso a renúncia de Cartes seja aprovada, a vice-presidente do Paraguai, Alicia Pucheta, assume o cargo, se tornando a primeira mulher a ocupar a chefia do Executivo na história.