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Refém de atirador em Liège diz que homem revelou querer "cozinhar" a polícia

30/05/2018 11h09

Bruxelas, 30 mai (EFE).- A funcionária da limpeza que o atirador de Liège manteve como refém dentro de uma escola afirmou nesta quarta-feira que o homem disse a ela, poucos minutos antes de ser morto por agentes de segurança, que seu objetivo era "cozinhar" os policiais.

"Me disse que queria cozinhar, apontando para a Polícia", contou Darifa, em entrevista ao canal público belga "RTBF", sobre o ataque de ontem e que terminou com dois polícias e um jovem mortos em Liège, atribuído ao belga Benjamin Herman.

A mulher disse que estava dentro da Escola Léonie de Waha, conversando com um vigia, quando viu algumas pessoas correndo do lado de fora. Na tentativa de fechar o portão, acabou ficando "frente a frente" com o atirador, que carregava duas armas de fogo.

Darifa, de 47 anos, disse então que o autor da ação perguntou se ela era muçulmana e se estava fazendo o Ramadã. Ela respondeu afirmativamente, e o homem disse então para que "não se preocupasse", pois "não lhe faria mal".

"Eu disse que ele não estava no lugar certo, que estava em um colégio, que havia muito criança", recordou a funcionária, que, com a intenção de afastar o perigo da escola, indicou ao homem a localização de uma saída por onde ele poderia escapar.

A mulher revelou que, quando ela começou a chorar com medo da situação, Herman disse para que parasse e para que pensasse "nos seus irmãos palestinos e sírios", que "é por eles que tinha que chorar".

Darifa disse que o atirador não estava "nervoso e nem violento", mas que queria martelá-la perto da janela para que a Polícia pudesse ver que ele tinha uma refém. Depois, Herman decidiu acabar a ação "em martírio" e saiu do prédio.

O Ministério Público da Bélgica informou hoje que as primeiras análises da investigação sobre o caso sugerem que esse "poderia ter sido um ataque terrorista".

"Os elementos que nos fazem pensar isto são o modus operandi, igual que ao que o Estado Islâmica mostra em alguns vídeos, o fato de o sujeito ter gritado 'Alá é grande' durante o ataque e que tenha entrado em contato com pessoas radicalizas", disse em entrevista coletiva o porta-voz do órgão, Eric Van Der Sypt.