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Forças israelenses matam mulher palestina durante protestos em Gaza

01/06/2018 14h57

Cidade de Gaza, 1 jun (EFE).- Uma mulher palestina que trabalhava para os serviços de emergência médicos na Faixa de Gaza morreu após ser atingida por disparos do exército israelense nos protestos desta sexta-feira nas proximidades da fronteira com Israel, informaram fontes médicas palestinas.

A mulher, identificada como Razan al Najar, de 21 anos, morreu no leste de Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza, durante os enfrentamentos que explodiram contra tropas israelenses nos quais 100 palestinos ficaram feridos, 40 deles por disparos de arma de fogo, informou o porta-voz do Ministério da Saúde palestino, Ashraf al Qedra.

Um dos líderes do movimento islamita Hamas, Mahmoud al Zahar, também precisou de atendimento ao ser intoxicado por inalação de gás lacrimogêneo.

"Milhares de vândalos estão se concentrando em cinco pontos nos arredores da cerca de segurança da Faixa de Gaza", disse o exército israelense em comunicado, no qual acrescentou que os manifestantes estão ateando fogo em pneus e tentando danificar tal infraestrutura.

Além disso, os manifestantes incendiaram um veículo militar e as forças de Israel "identificaram um suspeito enquanto ele cruzava a cerca de segurança no norte de Gaza e colocava uma granada que explodiu quando ele retornou à Faixa", diz a nota, que também afirma que não há registro de feridos entre as tropas israelenses.

"As forças do exército (israelense) estão respondendo com métodos de dispersão de distúrbios e operam de acordo com as regras de combate", explicaram as forças armadas no comunicado em que também adverte que as tropas "estão preparadas para seguir operando contra as tentativas de danificar a infraestrutura de segurança".

Israel acusa o Hamas de usar as mobilizações para tentar romper a cerca divisória, infiltrar seus militantes no país e cometer ataques.

Durante a jornada, centenas de pessoas compareceram à fronteira para participar desta 10ª sexta-feira de protestos desde que começaram as mobilizações da Grande Marcha do Retorno, que hoje foi realizada sob o nome "De Gaza a Haifa", cidade do norte de Israel com grande presença de população árabe com nacionalidade israelense onde foi convocada a manifestação "De Haifa a Gaza".

Os manifestantes tremularam bandeiras do Kuwait, país que formulou uma proposta de resolução no Conselho de Segurança da ONU pedindo proteção para o povo palestino e que está na agenda para ser votada hoje, apesar de os EUA já terem antecipado que a vetarão "por ser extremamente unilateral".

Também foram lançados rojões com material incendiário que provocaram incêndios em plantações israelenses do outro lado da fronteira.

Desde que começaram as mobilizações para pedir o direito ao retorno dos refugiados e o fim do bloqueio israelense sobre Gaza, 123 palestinos morreram nos protestos e em incidentes violentos próximos da fronteira, segundo fontes palestinas.