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Com campanha anti-imigração, direita é favorita nas eleições da Eslovênia

02/06/2018 10h22

Zagreb, 2 jun (EFE).- O Partido Democrata Esloveno (SDS), do ex-primeiro-ministro conservador Janez Jansa, é o claro favorito para vencer as eleições legislativas deste domingo na Eslovênia, apostando na campanha em um forte discurso anti-imigração.

Os conservadores propuseram uma política nacionalista e contrária à chegada de estrangeiros no país, parecida com a defendida pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

Esta será a oitava eleição na Eslovênia desde a independência do país em 1991. A ex-república soviética tem dois milhões de habitantes, faz parte da União Europeia desde 2004 e, três anos depois, adotou o euro como moeda.

O pleito ocorre uma semana antes do habitual, uma pequena antecipação provocada pela renúncia do então primeiro-ministro, o liberal Miro Cerar, devido a divergências na coalizão governista.

Segundo as pesquisas, o Partido do Centro Moderno (SMC), de Cerrar, pode ficar com apenas 10% dos votos. O possível resultado é muito inferior aos 35% dos votos obtidos em 2014.

A situação não é melhor para os aliados do SMC no governo. O Social-Democrata (SD) tem 10% das intenções de voto nas pesquisas, e o Partido dos Aposentados (DeSUS) apenas 6%.

O SDS lidera a disputa com 30% dos votos e deve ter como principal adversário a Lista de Marjan Sarec (LMS), liderada pelo popular ator e humorista, que pode ficar com 15% dos deputados.

Sarec, de 40 anos, é prefeito da pequena cidade de Kamnik desde 2010. Com uma campanha centrista, o ex-humorista recebeu 47% dos votos nas eleições presidenciais do ano passado.

Caso os resultados das pesquisas seja confirmado, Jansa, que liderou por dois períodos, é que o SDS precisará formar uma coalizão de governo, mas faltam aliados de peso para o partido.

Por enquanto, só o Nova Eslovênia (NSi) acenou com uma aliança com o SDS, apoio insuficiente para formar maioria de governo.

A campanha populista anti-imigração deu força ao SDS, que se aproveitou a irritação de parte da população com as centenas de milhares de refugiados que passaram pelo país entre 2015 e 2016.

Apesar disso, o número de imigrantes que pediu asilo na Eslovênia foi mínimo: 277 em 2015, 1.308 em 2016 e 1.476 em 2017. A maioria dos pedidos foi negada pelo governo local.

Com exceção do NSi, os demais partidos classificaram a política do SDS de radical, nacionalista e populista.