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Islândia se estabelece como país mais pacífico do mundo; Brasil está em 106º

06/06/2018 04h49

Londres, 6 jun (EFE).- A Islândia é mais uma vez apontada como o país mais pacífico do mundo, enquanto a Síria segue sofrendo o de maior nível de conflito, segundo revela o Índice Global da Paz 2018 (GPI, sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira, no Reino Unido.

Este índice, desenvolvido pelo Instituto para Economia e Paz entre os 163 países durante o ano de 2017, mostra que embora de mantenha entre as quatro regiões mais pacíficas do planeta, de nove analisadas, a América do Sul sofreu uma deterioração da paz no ano passado, se bem que alguns países melhoraram, como a Argentina, que subiu oito colocações chegando na 66ª posição.

Na 12ª edição do GPI, o país latino-americano mais pacífico é o Chile, no número 27, seguido do Uruguai (36); Costa Rica (38); Panamá (49); Peru (74); Equador (75) e Paraguai (77).

A República Dominicana está no posto 91 e atrás vem a Bolívia (94); Brasil (106); Guatemala (111); El Salvador (116); Honduras (118); México (140); Venezuela (143) e Colômbia (145).

Em geral, o nível de pacificação do mundo caiu 27% no ano passado a respeito de 2016, e, em comparação a 71 países que melhoraram, 92 sofreram um retrocesso.

Depois da Islândia, que ocupa o primeiro lugar do GPI desde 2008, os países mais pacíficos são a Nova Zelândia, Áustria, Portugal e Dinamarca, e os menos são Afeganistão, Sudão do Sul, Iraque, Somália, e, finalmente, Síria.

A região mais pacífica do mundo continua sendo a Europa, embora em 2017 tenha piorado pelo terceiro ano consecutivo, e, "pela primeira vez na história do índice", um país ocidental, a Espanha, "experimenta um das cinco maiores deteriorações da paz" da lista, caindo dez posições, ocupando agora o 30º lugar, disse à Agência Efe, o presidente do Instituto, Steve Killelea.

De 36 países europeus, 23 sofreram uma deterioração, principalmente na Europa Ocidental, enquanto houve melhorias "compensatórias" em várias partes da Europa Oriental.

Killelea destacou que na última década, 61% dos países europeus pioraram seu nível de paz devido a "uma maior instabilidade política, aumento do impacto do terrorismo e crescimento da percepção da criminalidade".

O país que mais aumentou seu nível de paz é a Gâmbia, na África subsaariana, que escala 35 posições no GPI 2018, indo para a 76ª colocação.

A região mais instável continua sendo o Oriente Médio e o Norte da África, por isso que Killelea acredita que "a melhor medida para melhorar a paz mundial seria que se resolvessem os conflitos na Síria, Iraque, Líbia e Iêmen".

Apesar do aumento do conflito no planeta, o Instituto revela que o nível geral de gastos militares caiu, o que se deve ao fato de que "os conflitos são muito intensos em algumas partes do mundo, mas não em outros", afirma o criador do índice.

Em seu relatório, o centro de estudos australiano indica que o impacto econômico da violência foi de US$ 14,7 trilhões em 2017, 2% a mais do que no ano anterior e equivalente a 12,4% do produto bruto mundial, ou US$ 1.998 por pessoa.

De acordo com Killelea, o fato de a violência aumentar globalmente apesar do alto custo econômico, se deve ao fato de que "muitos políticos ignoram que condições que criam a paz, muitas das quais também geram crescimento econômico".

Em relação aos próximos índices, o Instituto observará a evolução "das tensões com o Irã", bem como o processo de desnuclearização na Coreia do Norte, disse o empresário.

O GPI, cujo análise abrange 99,7% da população mundial, emprega 23 indicadores qualitativos e quantitativos e mede o nível de paz com base em três categorias: nível de segurança na sociedade, extensão dos conflitos nacionais e internacionais e o grau de militarização.