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Protestos em Gaza deixam 3 mortos e 618 feridos

8.jun.2018 - Manifestantes palestinos se protegem de gás lacrimogêneo lançado por soldados israelenses na Faixa de Gaza - Mahmud Hams/AFP
8.jun.2018 - Manifestantes palestinos se protegem de gás lacrimogêneo lançado por soldados israelenses na Faixa de Gaza Imagem: Mahmud Hams/AFP

Gaza

08/06/2018 12h18

Três palestinos morreram, entre eles um adolescente, e outros ficaram feridos nas respostas de Israel aos protestos ocorridos nesta sexta-feira (8) na fronteira com Gaza e que tiveram a participação de 10 mil pessoas.

Haytham Khalil Aljamal, de 15 anos, foi baleado na cidade de Khan Yunis, um dos cinco pontos onde acontecem os protestos, informou o porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf al-Qedra. Ziad Elbarim, de 24 anos também foi atingido na mesma cidade e Imad Nabil Abu Darabi, de 26, foi ferido em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza e não sobreviveu.

Dos 618 feridos, cinco estão em estado crítico. Desse total estão dois jornalistas: Mohammed Abed al-Baba, fotógrafo da agência "AFP", que recebeu um disparo na perna direita; e um cinegrafista da "Al-Aqsa TV", que sofreu ferimentos moderados depois de ser atingido por uma lata de gás lacrimogêneo, mas ainda não foi identificado.

Em comunicado, o Ministério da Saúde disse que os soldados estão atirando "bombas de gás" contra ambulâncias no leste da cidade de Khan Yunis e que uma delas teve a janela quebrada com o forte impacto.

Milhares de pessoas (10 mil segundo os organizadores e segundo o exército israelense) foram hoje a cinco pontos da fronteira entre Gaza e Israel para participar das marchas de protesto, convocadas pela 11ª sexta-feira consecutiva e que desta vez coincidem com a última sexta-feira de Ramadã, o aniversário na terça-feira dos 51 anos do início da Guerra dos Seis Dias e o Dia de Jerusalém, comemorado em 7 de junho.

A mobilização, denominada hoje de Marcha do Milhão a Jerusalém, começou com passeatas, queima de pneus e o lançamento de dezenas de pipas incendiárias em direção ao território de Israel, de onde as tropas israelenses usaram dispositivos antidistúrbios para impedir os participantes se aproximar da cerca.

O exército afirmou que os manifestantes queimaram pneus, lançaram granadas, bombas caseiras e pedras contra as tropas.

"As tropas estão respondendo dispositivos antidistúrbios e operam de acordo com as normas", indica um comunicado militar.

Dawood Shihab, porta-voz da Jihad Islâmica em Gaza, afirmou que as marchas "são pacíficas" e continuarão "sejam quais forem o preço e os sacrifícios".

Por sua vez, Fathi Hammad, membro da direção do Hamas, disse que "hoje o povo está unido porque Jerusalém pertence a todos os árabes, muçulmanos e palestinos".

"Rejeitamos a declaração de (o presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump (em aparente alusão à mudança da embaixada americana a Jerusalém) e viemos aqui dizer que continuaremos com as marchas do retorno até que o bloqueio seja rompido e tenhamos o direito ao retorno", disse Hammad.