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Líder de grupo jihadista é condenado à morte na Indonésia

22/06/2018 04h26

Jacarta, 22 jun (EFE).- Um tribunal condenou à pena de morte, nesta sexta-feira, o clérigo muçulmano Oman Rochman, considerado um dos líderes do grupo jihadista mais ativo na Indonésia, pela sua participação na onda de atentados cometidos em 2016 e 2017 no país.

Sob estritas medidas de segurança, um painel de magistrados considerou Rochman culpado pelo seu envolvimento em vários ataques, onde mais de dez pessoas acabaram morrendo.

"O acusado, Aman Abdurrahman (nome utilizado por Rochman), foi considerado culpado de atos terroristas e portanto receberá a pena de morte", sentenciou o presidente do Tribunal do Distrito Sul de Jacarta, o juiz Akhmad Jaini, durante a leitura da decisão, informa o site de notícias "Detik".

A Promotoria indonésia solicitou a pena de morte para Rochman por planejar o atentado ocorrido em janeiro de 2016, perto de um shopping de Jacarta, onde morreram quatro civis e quatro atacantes e mais de 20 pessoas ficaram feridas.

A condenação também responsabiliza o clérigo de incitar outros ataques, entre eles o atentando em uma rodoviária da capital no ano passado, que matou três policiais e dois suicidas, e em uma igreja na ilha de Bornéu, em 2016, onde uma menina de apenas 2 anos acabou falecendo.

O tribunal considera que o condenado estendia sua influência através da publicação de livros islamitas e informações publicadas na internet, assim como sermões compartilhados em arquivos de áudio.

Rochman é considerado um dos fundadores do grupo jihadista Jamaah Ansharut Daulah (JAD), criado em 2015 para se juntar a vários grupos radicais e vinculados ao Estado Islâmico.

Além dos citados atentados atribuídos ao JAD, em meados de maio, membros do mesmo grupo jihadista realizaram atentados em várias cidades do país deixando 30 mortos e 50 feridos.

O clérigo, quem já cumpriu várias penas por atividades terroristas, participava das atividades do grupo mesmo na prisão, segundo a acusação.

Em janeiro de 2017, o Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou ao JAD como uma organização "terrorista global".