Ataques armados deixam pelo menos 86 mortos na Nigéria
(Acrescenta declarações do presidente da Nigéria).
Abuja, 24 jun (EFE).- Pelo menos 86 pessoas morreram na Nigéria em ataques supostamente cometidos por criadores de gado armados da etnia Fulani (de maioria muçulmana) em povoados do estado de Plateau, informou neste domingo a polícia.
A violência explodiu no sábado na região de Barkin Ladi e provocou ataques de represália hoje em Jos, capital de Plateau, estado onde frequentemente há conflitos étnico-religiosos entre criadores de gado e agricultores.
O governador do estado, Simon Lalong, declarou hoje um toque de recolher desde as seis da tarde até as seis da manhã nas áreas afetadas a fim de impor a ordem, e fez um pedido à população para manter a calma.
"Morreram 86 pessoas, seis ficaram feridas, 50 casas foram incendiadas, 15 motocicletas e dois veículos foram queimados", afirmou o porta-voz da polícia de Plateau, Terno Tyopev, em comunicado divulgado pela imprensa local.
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, também pediu calma diante dos "assassinatos profundamente infelizes" e prometeu que "não haverá descanso até que os responsáveis sejam levados à justiça".
Em sua conta oficial no Twitter, Buhari disse que a perda de vidas e de propriedades em Plateau são "dolorosas e lamentáveis", e enviou suas "mais profundas condolências às comunidades afetadas".
Os ataques, que começaram por volta da meia-noite do sábado e se estenderam pela madrugada de domingo, foram cometidos por grupos de atiradores que portavam armas sofisticadas, inclusive fuzis de assalto, que invadiram dez localidades, declarou ao jornal "Nigerian Tribune" o parlamentar estadual Peter Ibrahim Gyendeng.
"Minha circunscrição esteve durante toda a noite sob um forte bombardeio", disse Gyendeng, que apresentou números diferentes dos da polícia e afirmou que "170 pessoas" morreram nos ataques.
"Perdemos a confiança nos agentes de segurança", ressaltou o parlamentar, ao denunciar que nas últimas três semanas aconteceram ataques mortais sem que nada tenha sido feito para impedi-los.
Pam Chollom, um pastor da Igreja de Cristo nas Nações (COCIN, em sua sigla em inglês), culpou dos ataques os criadores de gado armados e disse que a maioria das vítimas retornava do enterro de um líder da comunidade.
Os Fulani levam as suas cabeças de gado por todo o país em busca de pasto e às vezes destroem plantações de fazendeiros cristãos locais, em brigas constantes na região central da Nigéria, nas quais morreram milhares de pessoas nos últimos anos.
A luta pela apropriação dos recursos naturais entre os criadores de gado nômades e agricultores locais é uma das principais causas da violência.
Em 2017, esses conflitos deixaram pelo menos 549 mortos e milhares de deslocados na região, segundo Anistia Internacional (AI), que também registrou 168 mortes em janeiro deste ano.
Buhari, também da etnia Fulani, recebeu pressões para conter essa violência em um país cuja segurança já sofre com a presença dos jihadistas do Boko Haram.
O grupo terrorista, cujo nome significa "a educação não islâmica é pecado", luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
Abuja, 24 jun (EFE).- Pelo menos 86 pessoas morreram na Nigéria em ataques supostamente cometidos por criadores de gado armados da etnia Fulani (de maioria muçulmana) em povoados do estado de Plateau, informou neste domingo a polícia.
A violência explodiu no sábado na região de Barkin Ladi e provocou ataques de represália hoje em Jos, capital de Plateau, estado onde frequentemente há conflitos étnico-religiosos entre criadores de gado e agricultores.
O governador do estado, Simon Lalong, declarou hoje um toque de recolher desde as seis da tarde até as seis da manhã nas áreas afetadas a fim de impor a ordem, e fez um pedido à população para manter a calma.
"Morreram 86 pessoas, seis ficaram feridas, 50 casas foram incendiadas, 15 motocicletas e dois veículos foram queimados", afirmou o porta-voz da polícia de Plateau, Terno Tyopev, em comunicado divulgado pela imprensa local.
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, também pediu calma diante dos "assassinatos profundamente infelizes" e prometeu que "não haverá descanso até que os responsáveis sejam levados à justiça".
Em sua conta oficial no Twitter, Buhari disse que a perda de vidas e de propriedades em Plateau são "dolorosas e lamentáveis", e enviou suas "mais profundas condolências às comunidades afetadas".
Os ataques, que começaram por volta da meia-noite do sábado e se estenderam pela madrugada de domingo, foram cometidos por grupos de atiradores que portavam armas sofisticadas, inclusive fuzis de assalto, que invadiram dez localidades, declarou ao jornal "Nigerian Tribune" o parlamentar estadual Peter Ibrahim Gyendeng.
"Minha circunscrição esteve durante toda a noite sob um forte bombardeio", disse Gyendeng, que apresentou números diferentes dos da polícia e afirmou que "170 pessoas" morreram nos ataques.
"Perdemos a confiança nos agentes de segurança", ressaltou o parlamentar, ao denunciar que nas últimas três semanas aconteceram ataques mortais sem que nada tenha sido feito para impedi-los.
Pam Chollom, um pastor da Igreja de Cristo nas Nações (COCIN, em sua sigla em inglês), culpou dos ataques os criadores de gado armados e disse que a maioria das vítimas retornava do enterro de um líder da comunidade.
Os Fulani levam as suas cabeças de gado por todo o país em busca de pasto e às vezes destroem plantações de fazendeiros cristãos locais, em brigas constantes na região central da Nigéria, nas quais morreram milhares de pessoas nos últimos anos.
A luta pela apropriação dos recursos naturais entre os criadores de gado nômades e agricultores locais é uma das principais causas da violência.
Em 2017, esses conflitos deixaram pelo menos 549 mortos e milhares de deslocados na região, segundo Anistia Internacional (AI), que também registrou 168 mortes em janeiro deste ano.
Buhari, também da etnia Fulani, recebeu pressões para conter essa violência em um país cuja segurança já sofre com a presença dos jihadistas do Boko Haram.
O grupo terrorista, cujo nome significa "a educação não islâmica é pecado", luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
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