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Navio da Lifeline chegará a Malta e alguns imigrantes serão enviados à Itália

26/06/2018 11h36

Roma, 26 jun (EFE).- A embarcação da ONG alemã Lifeline atracará em Malta e uma parte dos 234 imigrantes resgatados que leva serão enviados à Itália, segundo declarou nesta terça-feira o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte.

Conte explicou que o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, confirmou em uma conversa telefônica que o navio, que está há cinco dias esperando um porto após a rejeição da Itália, atracará em Malta e que "a embarcação será averiguada para confirmar efetiva nacionalidade e se foram respeitadas as regras de direito internacional por parte da tripulação".

"A Itália fará sua parte e receberá uma cota de imigrantes que estão no Lifeline com a esperança de que outros países europeus façam o mesmo", ressaltou Conte em comunicado.

O líder italiano acrescentou que "coerentemente" com o princípio da proposta avançada na passada cúpula informal sobre imigração pela Itália, "quem desembarca no litoral italiano, espanhol, grego ou maltês, desembarca na Europa".

O fundador da Lifeline, Axel Steier, disse à Agência Efe que a ONG está "mais do que contente" com esta solução, apesar de não ter recebido "confirmação" por parte do Governo de Malta.

Steir ressaltou que, uma vez que estas pessoas estejam em terra, deverá começar uma investigação para esclarecer "qual Estado foi responsável por descumprir as diretrizes da Organização Internacional para as Migrações (OIM) sobre pessoas socorridas no mar".

Por sua vez, o ministro do Interior da Itália, o ultradireitista Matteo Salvini, celebrou no Twitter que finalmente esta ONG vá desembarcar em Malta e não na Itália e afirmou que "esta embarcação fora da lei será finalmente imobilizada", depois de atracar na ilha.

"Para as mulheres e as crianças que fogem da guerra, as portas estão abertas, para todos os restantes não", acrescentou.

O Governo maltês tinha explicado em uma nota que estava avaliando esta possibilidade e anunciou também que estudaria abrir uma investigação com relação à atuação da capital do navio.

Malta agradeceu "ao presidente do Conselho Europeu (Donald Tusk) e ao presidente da Comissão Europeia (Jean-Claude Juncker) por sua ajuda neste assunto".

De forma paralela, Malta rejeitou hoje a entrada nas suas águas do navio Aquarius, do SOS Mediterranée e Médicos sem Fronteiras, sem dar "nenhuma explicação".

A situação dos 234 imigrantes da embarcação da ONG alemã Lifeline começava a se deteriorar após cinco dias de espera a 30 milhas de Malta.

Devido ao mau tempo nas últimas horas, os imigrantes estão passando frio, já que toda a roupa e cobertores estão molhados, explicou Steier à Efe.