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EUA incluem Bolívia e Mianmar em sua lista negra de tráfico de pessoas

28/06/2018 19h27

Washington, 28 jun (EFE).- Os Estados Unidos incluíram Bolívia e Mianmar nesta quinta-feira em sua "lista negra" de países que não fazem o suficiente para combater o tráfico de pessoas, uma medida que pode levar à imposição de sanções, e na qual mantiveram Venezuela, Rússia, Irã, Belize e Coreia do Norte.

"O tráfico de pessoas é um problema global, mas também um problema local (...) Convidamos todos os governos nacionais a trabalhar com as autoridades locais", disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no ato de apresentação do seu relatório anual sobre o tráfico de pessoas no mundo.

Na "lista negra" do relatório aparecem 22 países, um número parecido com os 23 do ano passado, embora haja mudanças em seus integrantes com a entrada de Bolívia, Mianmar, Gabão, Laos, Papua Nova Guiné; e a saída de República Centro-Africana, Guiné-Bissau, Guiné, Mali, Sudão e Uzbequistão.

A inclusão na "lista negra" do relatório pode levar à imposição de sanções como o congelamento da ajuda não humanitária e não comercial ou a negativa para que recebam empréstimos de instituições multilaterais se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assim decidir.

A Bolívia havia estado em uma lista de observação durante quatro anos consecutivos e, em cumprimento de uma lei contra o tráfico de pessoas de 2010, neste ano o Departamento de Estado teve que incluir o país em sua "lista negra", embora reúna as caraterísticas para seguir de sobreaviso, segundo o relatório.

No entanto, o Departamento de Estado alerta que "o governo da Bolívia não cumpre plenamente as normas mínimas para a eliminação do tráfico de pessoas e não demonstrou um aumento geral nos seus esforços para fazê-lo em comparação com o período anterior".

Concretamente, os Estados Unidos asseguram que o governo do presidente boliviano, Evo Morales, "não financiou suficientemente" seu plano nacional contra o tráfico de pessoas e, além disso, não dedicou os recursos necessários ao indiciamento dos culpados desses crimes e a proteção das suas vítimas.

A respeito de Mianmar, o Departamento de Estado explicou que decidiu incluir o país em sua "lista negra" devido às agressões do exército contra os rohingya no estado de Rakhine, lar desta etnia há séculos e de onde começaram a fugir em agosto de 2017.

Um funcionário do Departamento de Estado, que pediu anonimato, citou "o recrutamento ilegal de crianças-soldado" por parte do exército birmanês como uma das causas que levou Washington a endurecer sua postura em relação ao tráfico de pessoas em Mianmar.

Na apresentação do relatório também esteve presente a filha e assessora do presidente, Ivanka Trump, que identificou como uma das suas prioridades a luta contra o tráfico de pessoas.