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RSF adverte sobre ano "negro" com 47 jornalistas assassinados

28/06/2018 09h13

Paris, 28 jun (EFE).- A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) advertiu nesta quinta-feira que o começo deste ano foi "negro" para a imprensa, com 47 jornalistas ou colaboradores assassinados no primeiro semestre, especialmente no Afeganistão, com 11 mortes, e na Síria, com sete.

Esse número contrasta com os 65 jornalistas que morreram no mundo por causa da profissão no ano de 2017, um dos menos mortais para os profissionais dos veículos de imprensa, e com os 34 assassinatos que foram registrados só nesse primeiro semestre.

Nestes seis primeiros meses, o México (5) e o Iêmen (5) se situam igualmente entre os países mais perigosos para os informadores, segundo os números de violações à liberdade de imprensa divulgados pela ONG, que reafirmou hoje seu compromisso com os ameaçados.

No Afeganistão, que ocupa o posto 118 de 180 na última classificação da Liberdade de Imprensa, a RSF destacou que as mulheres jornalistas são "particularmente vulneráveis em um país onde a propaganda fundamentalista se aplica em várias regiões".

Além dos 11 jornalistas assassinados, "outros muitos são ameaçados de forma permanente pelas diferentes partes em conflito".

A RSF acrescentou que a Síria e o Iêmen, que ocupam respectivamente os postos 177 e 167 dessa classificação, são "verdadeiros buracos negros da informação", com várias vítimas entre os poucos jornalistas que trabalham no terreno.

Muitos, disse no comunicado, não têm outra opção a não ser deixar o ofício e inclusive os países pelas ameaças.

A organização em defesa da liberdade de imprensa ressaltou igualmente que o México (no posto 147 da lista) segue como o país mais perigoso do continente americano para os repórteres, com esses cinco assassinatos e ameaças a outros 14 profissionais.

A RSF detalhou que ao Afeganistão, Síria, Iêmen e México está dirigido um terço de todo seu orçamento para apoiar aos jornalistas através do mundo, que entre outras coisas destina à segurança e os ajuda a enfrentar as necessidades mais urgentes se precisam fugir.