Topo

Governo da Turquia propõe castração química para quem estuprar menores

O presidente Erdogan, reeleito, lidera pauta apontada como autoritária e conservadora por adversários - Alkis Konstantinidis/Reuters
O presidente Erdogan, reeleito, lidera pauta apontada como autoritária e conservadora por adversários Imagem: Alkis Konstantinidis/Reuters

Em Istambul (Turquia)

01/07/2018 08h24

O vice-primeiro-ministro da Turquia, Bekir  Bozdag, anunciou neste domingo (1º) que o governo pretende implantar a castração química para pessoas condenadas por crimes sexuais graves contra menores.

"Neste novo mandato, implantaremos de forma decisiva a medida da castração química. Daremos passos decididos", disse o político a jornalistas na cidade de Yozgat, segundo a agência turca de notícias "Anadolu".

Bozdag fez esta declaração após condenar o assassinato de Eylül  Yaglikara, uma menina de oito anos que foi encontrada morta no sábado (30), com sinais de abuso sexual, após uma operação de busca que durou oito dias e deixou o país em grande expectativa.

"É um crime atroz. Como governo, tomamos medidas sérias para prevenir este tipo de crime, e no novo mandato daremos passos para revisar as penas e aumentá-las", disse.

"Já as havíamos anunciado antes, mas estas reformas não foram feitas porque as eleições interferiram", disse o político, em referência ao pleito antecipado que a Turquia realizou em 24 de junho.

Embora o Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002, tenha perdido a maioria absoluta no Congresso, poderá continuar legislando graças à coalizão com o direitista Movimento de Ação Nacionalista (MHP). O presidente Recep Tayyip Erdogan foi reeleito para um novo mandato.

O atual código penal turco prevê 15 anos de prisão para o abuso sexual de menores, podendo chegar a prisão perpétua se a vítima morrer.