"Chega de usar o Oriente Médio para obter benefícios", pede papa Francisco
O papa Francisco lançou neste sábado uma chamada para os "que têm poder" trabalharem para o verdadeiro serviço da paz e não para o dos próprios interesses e fez uma chamada: "chega de usar o Oriente Médio para obter benefícios alheios ao Oriente Médio!".
Este foi a dura mensagem do papa desde Bari, no sul da Itália, onde convocou em reunião sem precedentes com representantes de todas as Igrejas cristãs do Oriente, entre eles 22 patriarcas ortodoxos com os quais se reuniu durante mais de duas horas.
"Chega do benefício de uns poucos à custas de muitos! Basta das ocupações das terras que acabam com os povos! Basta de usar verdades parciais à custa das esperanças das pessoas! Basta de usar o Oriente Médio para obter benefícios alheios ao Oriente Médio!", exclamou.
Francisco lembrou o drama da guerra na Síria e destacou que "muitos conflitos foram fomentados também por formas de fundamentalismo e fanatismo disfarçado de pretextos religiosos".
O papa disse que "é uma gravíssima responsabilidade que pesa sobre a consciência das nações, especialmente das mais poderosas".
Francisco confessou se sentir "profundamente angustiado" pela situação em Jerusalém e reiterou sua chamada para que seja "preservada além das distintas disputas e tensões, e cujo status quo exige que seja respeitado de acordo com o deliberado pela Comunidade internacional".
Além disso, insistiu que "só uma solução negociada entre israelenses e palestinos, firmemente desejada e favorecida pela Comunidade de Nações, poderá dirigir a uma paz estável e duradoura, e assegurar a coexistência de dois Estados para dois povos".
O pontífice concluiu com uma reflexão sobre o "aterrorizador número" de crianças que no Oriente Médio "choram por causa de mortes violentas em suas famílias e veem sua terra natal ameaçada, frequentemente com a única possibilidade de ter de fugir".
"Que a humanidade escute o grito das crianças, cuja boca proclama a glória de Deus. Só secando suas lágrimas o mundo encontrará a dignidade", disse o papa.
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