Milhares de deslocados sírios se refugiam nas Colinas de Golã
Joan Mas Autonell.
Aloni Habashan (Colinas de Golã), 7 jul (EFE).- As tendas dos deslocados que fogem da recente ofensiva das tropas governamentais no sul da Síria proliferam em uma pequena floresta do povoado de Bariqa, visível da divisa com a parte das Colinas de Golã ocupada por Israel.
Os combates das últimas semanas deslocaram entre 10 mil e 15 mil pessoas estabelecidas agora em vários campos ao lado da região controlada por Israel, que lhes envia ajuda humanitária e atende alguns feridos em hospitais do país, mas não lhes permite atravessar, segundo informam militares israelenses que trabalham no terreno.
"Há entre cinco e seis acampamentos ao longo da fronteira sírio-israelense", contou à Agência Efe Marco Moreno, tenente-coronel e ex-comandante da chamada Operação Bom Vizinho, com a qual o exército oferece assistência humanitária, enviando provisões e utensílios básicos, assim como atendimento médico.
Desde 2010, 5.000 feridos foram tratados em hospitais israelenses.
Há alguns dias atrás, com o início da ofensiva do presidente sírio, Bashar al Assad, acrescentou Moreno, "milhares de sírios chegaram e se instalaram ao longo da fronteira. Para eles é um refúgio seguro e não estão expostos a nenhum bombardeio".
A região, ao lado da cerca de segurança que divide as Colinas de Golã, é uma faixa desmilitarizada desde o acordo de 1974 que pôs fim à Guerra do Yom Kipur, e sob supervisão da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (Undof), mas grupos rebeldes sírios controlam grande parte da área.
No entanto, as forças de Damasco e seus aliados ganham terreno na região e se preparam para entrar na cidade de Nova Quneitra nos próximos dias, a apenas três quilômetros do lado sob controle de Israel e dentro da zona de segurança do armistício de 1974, segundo o jornal israelense "Yedioth Ahronoth".
Em relação à possibilidade de que as tropas de Assad entrem na região, rompendo com o acordo que restringe a presença militar, o exército israelense se prepara "para diversos cenários" e adverte que "não vai tolerar ataques nas linhas do armistício", segundo o tenente-coronel Tomer Koller, oficial e médico da divisão Bashan no Golã.
Para Israel, a maior preocupação, além disso, é que forças iranianas, que lutam como aliadas de Assad no conflito interno, se consolidem perto do seu território, algo que, segundo vem reforçando, não permitirá.
Após os últimos progressos, as tropas leais a Assad já controlam 67,5% de toda a região sul, especialmente no triângulo sudoeste, entre o Golã ocupado, Síria e Jordânia.
Até agora, pelo menos 320 mil pessoas foram obrigadas a se deslocar da região de Deraa, alvo de uma intensa campanha governamental para recuperá-la do controle dos rebeldes, denunciou a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Apesar do aumento de deslocados, frente a possibilidade de que cheguem mais pessoas nas proximidades, Israel não planeja deixá-los passar e evitará qualquer tentativa de cruzamento do seu muro de segurança, controlado com mais reforços do exército.
"A nossa política é não permitir a entrada de refugiados, Israel é muito pequeno e isto mudaria o país para sempre", disse Moreno, acrescentando que após a estadia de 5.000 sírios em hospitais do país "nenhum deles pediu para ficar".
O deslocado Hamad Hariri, no entanto, assegurou em um acampamento sírio próximo à linha divisória que será "o primeiro a entrar em Israel se abrirem a fronteira".
Ele escapou do leste de Deraa e, segundo relatou, decidiu buscar refúgio na região perto do território sob controle israelense porque considerou que era o mais conveniente para sua segurança.
Desde então está com seu filho e sua mulher, grávida de outro bebê, em um acampamento no povoado de Bariqa, onde o muro que os separa da área sob controle israelense é visto de perto.
"Falta comida e lojas para nós, e não temos banheiro. A situação é muito difícil para mulheres e crianças", lamentou Hariri, assegurando que, sem serviços básicos nem perspectivas de receber proteção em relação ao avanço das tropas governamentais, os refugiados se sentem "como se não tivessem vida".
O exército israelense levou recentemente 300 barracas, 13 toneladas de comida, 15 de alimento infantil, três paletes de equipamento médico e remédios, além de 30 toneladas de roupas e calçados para os deslocados nas Colinas de Golã sírias, todo dia envia ajuda humanitária e oferece serviços médicos, e o continuará fazendo.
Mesmo assim, o tenente-coronel Koller esclarece: "O melhor para os nossos interesses é não deixá-los atravessar".
Aloni Habashan (Colinas de Golã), 7 jul (EFE).- As tendas dos deslocados que fogem da recente ofensiva das tropas governamentais no sul da Síria proliferam em uma pequena floresta do povoado de Bariqa, visível da divisa com a parte das Colinas de Golã ocupada por Israel.
Os combates das últimas semanas deslocaram entre 10 mil e 15 mil pessoas estabelecidas agora em vários campos ao lado da região controlada por Israel, que lhes envia ajuda humanitária e atende alguns feridos em hospitais do país, mas não lhes permite atravessar, segundo informam militares israelenses que trabalham no terreno.
"Há entre cinco e seis acampamentos ao longo da fronteira sírio-israelense", contou à Agência Efe Marco Moreno, tenente-coronel e ex-comandante da chamada Operação Bom Vizinho, com a qual o exército oferece assistência humanitária, enviando provisões e utensílios básicos, assim como atendimento médico.
Desde 2010, 5.000 feridos foram tratados em hospitais israelenses.
Há alguns dias atrás, com o início da ofensiva do presidente sírio, Bashar al Assad, acrescentou Moreno, "milhares de sírios chegaram e se instalaram ao longo da fronteira. Para eles é um refúgio seguro e não estão expostos a nenhum bombardeio".
A região, ao lado da cerca de segurança que divide as Colinas de Golã, é uma faixa desmilitarizada desde o acordo de 1974 que pôs fim à Guerra do Yom Kipur, e sob supervisão da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (Undof), mas grupos rebeldes sírios controlam grande parte da área.
No entanto, as forças de Damasco e seus aliados ganham terreno na região e se preparam para entrar na cidade de Nova Quneitra nos próximos dias, a apenas três quilômetros do lado sob controle de Israel e dentro da zona de segurança do armistício de 1974, segundo o jornal israelense "Yedioth Ahronoth".
Em relação à possibilidade de que as tropas de Assad entrem na região, rompendo com o acordo que restringe a presença militar, o exército israelense se prepara "para diversos cenários" e adverte que "não vai tolerar ataques nas linhas do armistício", segundo o tenente-coronel Tomer Koller, oficial e médico da divisão Bashan no Golã.
Para Israel, a maior preocupação, além disso, é que forças iranianas, que lutam como aliadas de Assad no conflito interno, se consolidem perto do seu território, algo que, segundo vem reforçando, não permitirá.
Após os últimos progressos, as tropas leais a Assad já controlam 67,5% de toda a região sul, especialmente no triângulo sudoeste, entre o Golã ocupado, Síria e Jordânia.
Até agora, pelo menos 320 mil pessoas foram obrigadas a se deslocar da região de Deraa, alvo de uma intensa campanha governamental para recuperá-la do controle dos rebeldes, denunciou a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Apesar do aumento de deslocados, frente a possibilidade de que cheguem mais pessoas nas proximidades, Israel não planeja deixá-los passar e evitará qualquer tentativa de cruzamento do seu muro de segurança, controlado com mais reforços do exército.
"A nossa política é não permitir a entrada de refugiados, Israel é muito pequeno e isto mudaria o país para sempre", disse Moreno, acrescentando que após a estadia de 5.000 sírios em hospitais do país "nenhum deles pediu para ficar".
O deslocado Hamad Hariri, no entanto, assegurou em um acampamento sírio próximo à linha divisória que será "o primeiro a entrar em Israel se abrirem a fronteira".
Ele escapou do leste de Deraa e, segundo relatou, decidiu buscar refúgio na região perto do território sob controle israelense porque considerou que era o mais conveniente para sua segurança.
Desde então está com seu filho e sua mulher, grávida de outro bebê, em um acampamento no povoado de Bariqa, onde o muro que os separa da área sob controle israelense é visto de perto.
"Falta comida e lojas para nós, e não temos banheiro. A situação é muito difícil para mulheres e crianças", lamentou Hariri, assegurando que, sem serviços básicos nem perspectivas de receber proteção em relação ao avanço das tropas governamentais, os refugiados se sentem "como se não tivessem vida".
O exército israelense levou recentemente 300 barracas, 13 toneladas de comida, 15 de alimento infantil, três paletes de equipamento médico e remédios, além de 30 toneladas de roupas e calçados para os deslocados nas Colinas de Golã sírias, todo dia envia ajuda humanitária e oferece serviços médicos, e o continuará fazendo.
Mesmo assim, o tenente-coronel Koller esclarece: "O melhor para os nossos interesses é não deixá-los atravessar".
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