Minoria árabe considera "supremacista" a lei judaica de Israel aprovada
A minoria árabe de Israel considera "supremacista" e "com elementos de Apartheid" a controversa lei de Nacionalidade, aprovada nesta quinta-feira (19), que declara o país "lar nacional do povo judeu".
O deputado da Lista Unida Árabe, Ayman Odeh, disse que se trata de "uma lei de supremacia judaica" e que fará da minoria árabe palestinos que permaneceram com a criação do Estado em 1948, sejam "cidadãos de segunda classe".
"Terei que dizer aos meus filhos, e aos filhos dos povos árabes palestinos do país, que o Estado declarou que não nos quer aqui", afirmou, após a aprovação.
Além disso, o diretor-geral do Centro Legal pela Defesa dos Direitos da Minoria Árabe (Adalah), Hassan Yabarin, disse à Agência Efe que "é imoral e proibida de acordo com a lei internacional".
"A lei apresenta elementos do Apartheid, pois consagra a identidade de Israel como estado-nação apenas do povo judeu, apesar dos 1,5 milhão de cidadãos palestinos do Estado e os moradores de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã", afirmou.
Até agora, essa menção à identidade judaica havia sido evitada pela oposição de algumas correntes judaicas e a existência de minorias como a árabe.
O objetivo é "assegurar o caráter de Israel como o estado nacional dos judeus, a fim de codificar em uma lei básica dos valores de Israel como um estado judeu democrático espírito dos princípios da Declaração de Independência", explica a Knesset (Câmara israelense).
Yabarin disse que ao definir soberania e autodeterminação democrática "apenas para o povo judeu, onde quer que eles vivam no mundo, Israel fez da discriminação a base de suas instituições".
A chamada "Lei Básica do Estado-Nação" foi aprovada hoje com 62 votos a favor e 55 em contra e pretende proteger a identidade judaica do país, mas segundo seus críticos, discrimina as outras minorias.
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