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Macri defende mudança nas Forças Armadas da Argentina

25/07/2018 21h14

Buenos Aires, 25 jul (EFE).- O presidente da Argentina, Mauricio Macri, defendeu nesta quarta-feira as mudanças que quer promover nas Forças Armadas para que "colaborem" em tarefas como a luta contra o tráfico de drogas, um movimento que está sendo questionado por setores da oposição e organizações de direitos humanos.

Em declarações a uma rádio da cidade de San Pedro, Macri explicou a necessidade de modernizar a organização, que, segundo ele, trabalhou até agora com "objetivos do século XX" e com base na hipótese de conflitos que "não existem mais".

Na segunda-feira passada, o presidente anunciou um "processo de modernização" para as Forças Armadas colaborarem na segurança interior, além da missão principal, que é proteger a soberania e a integridade territorial do país e ajudar em emergências ou catástrofes naturais. A intenção de reforma foi declarada num decreto publicado ontem no Diário Oficial.

"Queremos que esses mais de 70 mil homens e mulheres prestem um serviço à pátria a partir do foco em possíveis conflitos que podemos ter, como o terrorismo, o narcotráfico, o crime eletrônico", disse Macri hoje.

Ele explicou que as Forças Armadas serão "reorientadas", entre outras aspectos, para "cuidar de objetivos estratégicos e dar apoio logístico às forças de segurança na luta contra o narcotráfico que tanto afeta a segurança interior do país".

Tanto a oposição quanto organismos humanitários rejeitam a possibilidade de que os militares interfiram em atividades de segurança interior, ação que as leis vigentes proíbem, embora o governo tenha dito que os militares não assumirão atividades de segurança interior, mas sim as de apoio logístico.

Um grupo de deputados da oposição dará uma entrevista coletiva amanhã para exigir o cancelamento do decreto de Macri. Organismos de direitos humanos, por sua vez, farão um protesto em Buenos Aires.

Sobre essas críticas, Macri disse hoje que as Forças Armadas podem colaborar "sem participar de temas de segurança interior nem em todas essas coisas que disseram, que tem base no preconceito".

"É preciso tentar olhar para o futuro. Não se pode avançar colocando tudo em função de um episódio trágico, triste e lamentável, que aconteceu há 50 anos", afirmou o líder.