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Atos de violência tumultuam eleições presidenciais no Mali

29/07/2018 17h34

Idrissa Diakité.

Bamaco, 29 jul (EFE).- O primeiro turno das eleições presidenciais no Mali foi marcado por incidentes e atos de violência nas regiões norte e central do país, apesar de ter transcorrido em clima de tranquilidade na capital, Bamaco, e no sul.

Os colégios eleitorais fecharam às 18h (15h em Brasília), e o resultado parcial começará a ser divulgado dentro de 48 horas. O resultado final será conhecido em 3 de agosto. Se nenhum dos 24 candidatos superar os 50% dos votos, o segundo turno acontecerá no dia 12.

Conforme fontes locais ouvidas pela Agência Efe, a extensa região desértica do norte e do centro do país foi afetada por atos de violência. Alguns colégios eleitorais e urnas foram incendiados por grupos não identificados em locais como Tombouctou, Gao, Mopti e Segu.

Até agora, o governo não se pronunciou sobre esses casos ou as consequências deles para o processo eleitoral. Ninguém reivindicou a autoria dos ataques, mas nos últimos dias circulou um vídeo do líder jihadista malinês, Iyad Ag Ghali, fazendo intimidações.

Hoje, observadores e diferentes pesquisas apontam o atual presidente, Ibrahim Boubacar Keita, do Agrupamento pelo Mali (RPM), como claro favorito, seguido por Soumaila Cissé, do União pela República e Democracia (URD) e líder da oposição. Nas eleições anteriores, em 2013, Keita obteve 70% dos votos, na frente de Cissé, e não houve necessidade de segundo turno. Nas atuais, especialistas indicaram que foi detectada uma diminuição da popularidade de Keita, o que gera maior incerteza quanto ao resultado.

Keita, que votou em Bamaco, se mostrou confiante e incentivou a população a participar. A taxa de adesão, que ainda não foi divulgada oficialmente, é um dos grandes desafios, já que geralmente ela fica em menos de 50%. Na capital, aparentemente, a participação dos eleitores foi menor do que em outras ocasiões, em parte pelo desinteresse das pessoas pela política e em parte por conta das chuvas, o que dificulta o deslocamento até os centros de votação.

Mais de 8,4 milhões de eleitores estavam habilitados a votar neste domingo nos 23.041 colégios eleitorais do país. Para a ocasião, a segurança foi reforçada e mais de 30 mil militares foram espalhados em todo o território.

Ontem, o secretário-geral das Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu ao moradores do Mali que as eleições presidenciais transcorram em paz e que servissem como importante exercício da democracia.