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Premiê chinês visita Tibete rodeado de sigilo e censura

29/07/2018 03h20

Pequim, 29 jul (EFE).- O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, visitou a região autônoma do Tibete, sudoeste do país, entre os dias 25 e 27 de julho, embora a agência oficial "Xinhua" só tenha informado desta viagem hoje, o que é considerado uma amostra da crescente censura vivida pelo país.

Li visitou a capital regional, Lhasa, assim como o rio Yarlung Zangbo (Bramaputra) e as localidades de Nyingchi e Shannan, destacou um comunicado da agência oficial.

Na viagem, o primeiro-ministro expressou sua confiança em que o Tibete "continue as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir o seu desenvolvimento e prosperidade, salvaguardar a união nacional e fortalecer a solidariedade entre as etnias", ressaltou a "Xinhua".

Em Lhasa, Li visitou o célebre Palácio Potala, residência tradicional dos dalai lama, onde afirmou que o governo apoiará a proteção do patrimônio cultural, apesar de organizações de direitos humanos no exílio acusarem a China de reprimir a religião e a cultura tibetanas.

Também visitou na capital tibetana o mosteiro Jokhang, um dos mais sagrados do Tibete, afetado este ano por um incêndio cujas consequências quase não são conhecidas, já que as informações sobre o fato foram escassas e limitadas mais uma vez pela censura.

Em Nyingchi, onde aparentemente começou sua visita, o primeiro-ministro visitou comunidades às quais se têm aplicado programas governamentais de alívio da pobreza, se reuniu com residentes e líderes da região, e ressaltou a necessidade de promover o desenvolvimento sustentado e melhorar a qualidade da vida dos tibetanos.

No rio Yarlung Zangbo/Bramaputra conheceu iniciativas para a conservação de recursos hídricos e o ecossistema local, e disse que a planalto tibetano é "a torre aquática da China e da Ásia", por isso que sua conservação deve ser fortalecida para impulsionar um desenvolvimento sustentado em todo o país.

A região do Tibete está fechada à imprensa estrangeira desde as revoltas vividas em Lhasa e outras cidades da região em 2008, nas quais houve pelo menos 20 mortos.