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Imprensa norte-coreana pede que EUA anunciem tratado de paz por avanço em desnuclearização

Anthony Wallace/AFP Photo
Imagem: Anthony Wallace/AFP Photo

Em Seul

14/08/2018 09h09

A propaganda da Coreia de Norte reiterou nesta terça-feira o seu chamado para assinar um acordo de paz que ponha fim à Guerra da Coreia (1950-53), que foi encerrada com um armistício, mas sem um tratado definitivo, com o argumento de que a confiança mútua é necessária para avançar em sua desnuclearização.

O semanário norte-coreano "Tongil Sinbo", um dos veículos de imprensa que funciona como uma espécie de porta-voz extraoficial do regime, disse em sua última edição, que foi repercutida hoje pela agência de notícias sul-coreana "Yonhap", que não é possível esperar um progresso maior em sua desnuclearização se os Estados Unidos não tomarem medidas simultâneas, como a declaração do fim da guerra.

O meio norte-coreano expôs em um comentário divulgado nesta segunda-feira que "houve um grande avanço nas relações do Norte com o Sul e os Estados Unidos, mas o fim da Guerra da Coreia continua sendo uma tarefa não resolvida".

"Os Estados Unidos, como parte responsável na declaração do fim da guerra para estabelecer uma paz permanente na Península da Coreia, deve tomar medidas práticas para implementar o acordo da cúpula Norte-EUA de 12 de junho em Singapura", segundo a publicação norte-coreana.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, reafirmaram em seu histórico encontro o compromisso de trabalhar pela "completa desnuclearização" da Coreia e conseguir um acordo de paz definitivo, que já foi assinado por Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em sua cúpula anterior no fim de abril.

O "Tongil Sinbo" também advertiu que "não se pode esperar um bom desenvolvimento das relações intercoreanas se o Sul seguir cegamente a política de hostilidade para o Norte das forças estrangeiras".

Com um argumento similar, o portal "Meari", um site que o regime norte-coreano também utiliza como porta-voz extraoficial, disse que a construção de confiança mútua é fundamental para revitalizar o diálogo entre Pyongyang e Washington, e atribuiu seu "lento progresso" às "exigências unilaterais e à hostilidade dos Estados Unidos".