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Entre lágrimas, termina primeira rodada de reencontros de famílias coreanas

22/08/2018 05h23

Mais de 200 coreanos do Norte e do Sul se despediram entre lágrimas, nesta quarta-feira, ao final da primeira rodada de reencontros entre famílias dos dois países que ficaram separadas por causa da guerra civil da península.

O grupo de 89 sul-coreanos que cruzou na última segunda-feira a fronteira para se reunir com 185 familiares residentes no Norte, retornou hoje ao seu país de origem, após protagonizar emocionantes despedidas de seus parentes que não viam em alguns casos há quase sete décadas, quando aconteceu a Guerra da Coreia (1950-1953).

Estes reencontros ocorreram durante seis sessões ao longo de três dias, em um total de 12 horas, e que devido à avançada idade de muitos dos participantes, poderiam representar a última vez em que estes sul-coreanos e norte-coreanos puderam ver seus familiares.

Um dos participantes, Lee Su-nam, de 77 anos, afirmou que sentiu "algo indescritível" ao rever seu irmão e o sobrinho, residentes no Norte e a quem não via há 65 anos, embora também não escondeu a frustração por ter que se separar deles novamente.

"Poderemos nos ver novamente? Parece impossível, a menos que fôssemos mais jovens", disse Lee, em declarações divulgadas pela agência sul-coreana "Yonhap".

A maioria dos sul-coreanos presentes aos encontros desta semana são septuagenários e octogenários, e a mais velha é uma senhora de 101 anos chamada Baik Sung-gyu, segundo dados do Ministério de Unificação de Seul.

Esta primeira rodada de reencontros aconteceu em um hotel do monte Kumgang, no litoral sudeste norte-coreana, e será seguida por uma segunda rodada que será realizada no mesmo local entre amanhã e domingo, na qual participarão mais de 300 sul-coreanos e 83 norte-coreanos.

As duas Coreias organizaram 20 rodadas de encontros no total entre familiares separados nos últimos 18 anos, nos quais participaram aproximadamente 20 mil coreanos.

Sua realização sempre coincidiu com fases de reaproximação entre os dois países, que seguem tecnicamente em guerra, já que o conflito finalizou com um armistício que nunca foi substituído por um tratado de paz.