Topo

Surto de cólera no norte da Argélia registra 1 morto e 41 infectados

24/08/2018 15h56

Argel, 24 ago (EFE).- Pelo menos uma pessoa morreu e 41 foram internadas por conta de um surto de cólera em quatro províncias do norte da Argélia, informa nesta sexta-feira a imprensa local.

Segundo os veículos argelinos, os doentes já confirmados foram postos em quarentena no hospital de Boufarik, na capital.

Outras 65 pessoas estão sendo examinadas para ver se contraíram a doença, considerada erradicada da Argélia desde 1996.

Todos os casos foram detectados nas províncias de Argel, Tipasa, Bouira e Blida, nas quais se concentra grande parte da população do país.

Além disso, o surto gerou uma polêmica no país, depois que vários médicos consultados pelo jornal digital "Tout Sul l'Algérie" culparam o governo e acusaram o Ministério da Saúde de negligência.

De acordo com esse veículo, tanto os funcionários do Ministério como os pesquisadores do Instituto Pasteur de Argel sabiam do problema desde a última segunda-feira, mas optaram por não informar imediatamente às equipes médicas.

A princípio, representantes do Ministério da Saúde chegaram a afirmar, inclusive, que se tratava de casos de gastroenterite e, após a internação de vários pacientes, afirmaram que a causa era uma "intoxicação de origem desconhecida".

Ontem, o diretor de prevenção do Ministério, Djamel Fourar, admitiu a presença da doença, mas ressaltou que são casos "isolados", cuja origem seria a falta de higiene, por isso descartou declarar estado de emergência.

Os especialistas, no entanto, insistem em excluir a causa por poluição da água e privilegiam a hipótese do consumo de frutas e verduras contaminadas, à espera das conclusões do laboratório.

O cólera é uma infecção intestinal aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminada com a bactéria "vibrio cholerae".

Embora não apresente sintomas nos casos mais moderados, nos mais severos pode causar a morte em poucas horas se o infectado não receber tratamento.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 143 mil pessoas morrem por ano no mundo devido a esta doença, que afeta principalmente países em guerra ou que sofrem pobreza e catástrofes naturais.