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Venezuelanos pedem refúgio ao Peru após atraso para entrar sem passaporte

25/08/2018 14h19

Tumbes (Peru), 25 ago (EFE).- Um grupo de venezuelanos sem passaporte solicitou refúgio ao Peru neste sábado depois de não ter chegado a tempo para entrar no país antes da meia-noite de hoje, momento em que se fechou a fronteira para os imigrantes da Venezuela que não contam com esse documento de viagem.

Os solicitantes de asilo compareceram ao escritório que o Ministério de Relações Exteriores do Peru tem no posto fronteiriço de Tumbes, na fronteira com o Equador, por onde chegam ao Peru a maioria dos imigrantes venezuelanos, segundo pôde constatar a Agência Efe.

Os afetados lamentaram que as autoridades equatorianas lhes tinham prometido que chegariam à fronteira do Peru antes de 0h deste sábado, mas ao final chegaram mais tarde e agora seu ingresso ao território peruano é incerto.

As autoridades migratórias do Peru só permitem a passagem de venezuelanos sem passaporte no caso de se tratarem de crianças acompanhadas dos seus pais, mulheres grávidas ou idosos.

Os últimos venezuelanos que conseguiram entrar ao Peru, entre eles alguns sem passaporte, chegaram em um ônibus disponibilizado pelas autoridades peruanas para viajar de Tumbes a Trujillo, capital da região La Libertad.

Para a maioria é a última fronteira que cruzarão na sua travessia pela América do Sul, enquanto um grupo menor continuará para o sul, rumo a Chile e Argentina.

Os que ficarem no Peru deverão tramitar a Permissão Temporária de Permanência (PTP), documento que lhes permite residir no país, e dos quais já foram emitidos 75.000, enquanto outros 100.000 estão em trâmite.

O Peru é o segundo país que mais abriga imigrantes venezuelanos, com cerca de 400.000 residentes, dos quais a maioria chegou no último ano.

Cerca de 80% deles entrou com passaporte, enquanto os demais usaram a carteira de identidade, segundo os dados de Migrações do Peru.

Cerca de 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país como consequência da crise, segundo os últimos números da ONU, que alertou para a falta de alimentos e de remédios.