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Ativista norueguesa denuncia que foi ferida 2 vezes pelo exército israelense

27/08/2018 12h33

Jerusalém, 27 ago (EFE).- Uma ativista norueguesa em favor da causa palestina denunciou nesta segunda-feira que foi ferida duas vezes, em duas ocasiões distintas, por balas de borracha disparadas pelo exército de Israel quando participava de protestos no território ocupado da Cisjordânia neste mês de agosto.

Kirstin Foss, de 43 anos e integrante do Movimento Internacional de Solidariedade (ISM, na sigla em inglês), se dirigiu para a vila palestina de Kfer Qadum, no norte de Cisjordânia, onde ocorrem protestos todos os fins de semana há quase uma década contra o fechamento de uma estrada por Israel há 15 anos, segundo a própria ativista explicou a vários veículos de imprensa, entre eles a Agência Efe.

As mobilizações costumam acabar em enfrentamentos com os soldados israelenses que estão posicionados no caminho.

Foss garantiu que em 18 de agosto recebeu um impacto de bala de borracha quando a intensidade dos protestos já havia diminuído e um palestino de idade avançada a ajudou e "protegeu" diante dos soldados. O homem queria recuperar seu automóvel, que foi confiscado durante os enfrentamentos e usado como escudo pelos militares.

A norueguesa acrescentou que ela e outra ativista se aproximaram do carro com as mãos para o alto e mantiveram uma distância de "cerca de 20-30 metros", enquanto o homem palestino avançou em direção ao veículo, momento no qual um soldado gritou para Foss em hebraico e depois lhe advertiu que a situação "era perigosa".

"Eu respondi que só era perigoso porque ele estava apontando uma arma para mim. Eu estava lá e os manifestantes estavam atrás, longe. O soldado disparou uma vez e depois outra, quando me atingiu no abdômen", afirmou a ativista, que acrescentou que "isso acontece com os moradores de Kfer Qadum todas as sextas-feiras".

Uma semana depois, Foss retornou à comunidade onde as tropas usaram meios para a dispersão de massas, como gás lacrimogêneo e balas de borracha, quando foi ferida novamente, agora no tornozelo.

"Naquele dia, nove pessoas foram feridas, inclusive um menino de oito anos e um homem que recebeu três disparos", relatou Foss.

A ativista, que chegou em julho à região, garantiu que seu pé está bem, mas não voltará às manifestações, embora gostaria, porque tem medo de ficar ferida novamente.

O exército israelense foi questionado pela Efe sobre esse incidente, mas ainda não ofereceu sua versão do mesmo.

Segundo o jornal israelense "Haaretz", porta-vozes militares afirmam que nos dias 18 e 24 de agosto "aconteceram distúrbios violentos na área da cidade, nos quais os palestinos, alguns deles com os rostos cobertos, lançaram pedras contra os soldados e, pela primeira vez, também queimaram pneus".

Além disso, os porta-vozes afirmaram que "serão investigadas as denúncias sobre as supostas lesões a não combatentes com meios de dispersão de massas e os resultados serão apresentados ao Escritório do Procurador-Geral Militar".