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Nigéria diz que segue tentando libertar menina sequestrada pelo Boko Haram

28/08/2018 12h05

Abuja, 28 ago (EFE).- O Governo da Nigéria afirmou nesta terça-feira que segue se esforçando para resgatar Leah Sharibu, a última das 110 adolescentes sequestradas em fevereiro pelo Boko Haram na cidade de Dapchi, no nordeste do país, depois que ontem foi divulgado um áudio no qual a menina pedia para ser salva.

"Sou Leah Sharibu, a menina que foi sequestrada em Dapchi. Faço uma chamada ao Governo e às pessoas de bem para que intervenham para me tirar desta situação", dizia a jovem em um vídeo publicado pelo jornal "The Cable", que foi deixada em cativeiro por não querer trocar sua fé cristã pelo Islã, segundo disseram então as suas companheiras liberadas.

O grupo jihadista Boko Haram sequestrou em 19 de fevereiro mais de cem estudantes após um ataque a um instituto feminino de ensino médio em Dapchi, no estado nordeste de Yobe, das quais em 21 de março libertou 105 meninas e um menino, e outras cinco morreram, segundo veículos de imprensa locais.

O Departamento de Segurança, os serviços de inteligência nigerianos, está investigando a veracidade do vídeo, no qual a jovem aparece vestida com véu muçulmano e sentada em uma esteira, pedindo ajuda, segundo informou hoje Femi Adesina, o porta-voz do presidente nigeriano, Muhammadu Buhari.

"O Governo está fazendo todo o possível para libertar Sharibu e outras sequestradas", insistiu Adesina, fazendo referência também às 112 adolescentes que ainda estão em cativeiro das 200 sequestradas em Chibok (nordeste) há quatro anos em um ataque similar do Boko Haram, no estado vizinho de Borno.

"O presidente Buhari não cessará seus esforços para trazer estas meninas para suas casas. Não descansará até que a última delas esteja livre", disse outro porta-voz do presidente, Garba Shehu, em sua conta do Twitter.

Muitos cristãos - religião majoritária no país - são críticos com a gestão de Buhari - que é muçulmano -, e argumentam que sua mão branda com os islamitas é parte da agenda para "islamizar" o resto do país, uma acusação que o presidente negou de forma repetida.