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Tribunal paquistânes ordena libertação do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif

19/09/2018 11h11

Islamabad, 19 set (EFE).- O Tribunal Superior de Islamabad ordenou nesta quarta-feira a libertação do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, condenado a dez anos de prisão por corrupção por não explicar a compra de quatro apartamentos de luxo em Londres.

Os juízes aceitaram os pedidos da defesa de Sharif, da filha do ex-premiê, Maryam Nawaz, e o marido dela, Muhammed Safdar, para revisar a sentença contra os três por corrupção.

"A corte suspendeu a sentença. O Tribunal Superior de Islamabad ordenou a libertação dos três até que haja um veredicto sobre os pedidos", explicou o porta-voz Ahsen Iqbal.

Um dos principais membros da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n), o partido de Sharif, Iqbal afirmou a jornalistas que a decisão de hoje representa uma "vitória da justiça".

"O julgamento não ocorreu de acordo com a lei. Foi uma revanche, uma manipulação antes das eleições para manter Sharif afastado do processo eleitoral", afirmou o representante do PML-n.

A sentença foi decretada em 6 de julho, faltando três semanas para as eleições gerais do Paquistão. Apesar de denúncias de manipulação, o Paquistão Tehreek-i-Insaf (PTI) levou a maioria dos votos e Imran Khan foi escolhido como novo primeiro-ministro.

Sharif estava em Londres no momento da sentença e foi preso uma semana depois quando voltava ao Paquistão com a filha.

O ex-premiê foi condenado a 10 anos de prisão por possuir vários apartamentos na capital britânica. Pelo mesmo crime, Maryam, considerada sua herdeira política, pegou sete anos de reclusão. Já o marido da filha de Nawaz recebeu uma sentença de um ano de prisão por não cooperar com as investigações.

Depois, Nawaz foi impedido de disputar as eleições pelo Tribunal Supremo do Paquistão por irregularidades reveladas no Panamá Papers. Na época, o ex-premiê afirmou que sua candidatura foi cassada porque ele acusou o ex-ditador Pervez Musharraf de traição.