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Humanos estão permanentemente expostos a nuvens de micro-organismos, diz estudo

Estudo analisou as milhares de partículas que interagem permanentemente com uma pessoa e ajudará identificar os motivos de reações alérgicas - Atlas Internacional de Nuvens
Estudo analisou as milhares de partículas que interagem permanentemente com uma pessoa e ajudará identificar os motivos de reações alérgicas Imagem: Atlas Internacional de Nuvens

Da EFE, em Los Angeles

20/09/2018 21h08

Um estudo divulgado nesta quinta-feira revelou que somos permanentemente envoltos por uma "nuvem" de milhares de tipos de substâncias químicas, bactérias, vírus e fungos que não podem ser vistos a olho nu.

A pesquisa, realizada pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, calculou pela primeira vez, de forma individualizada, a quais agentes químicos e biológicos estamos expostos, e para isso utilizou um aparelho desenvolvido para monitorar a qualidade do ar.

"Já foram medidas coisas como a poluição do ar em ampla escala, mas ninguém realmente mediu a exposição química e biológica a um nível pessoal. Ninguém sabe realmente o quão vasto é o expossoma humano ou que tipo de coisas há nele", destacou Michael Snyder, professor e chefe de genética de Stanford e autor principal da pesquisa.

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Durante dois anos, cientistas registraram cerca de 70 bilhões de dados de 15 participantes que viajaram a mais de 50 cidades na área da Baía de San Francisco.

Essas pessoas foram monitoradas em diversos períodos durante dois anos com o auxílio de um pequeno dispositivo que, "ajustado confortavelmente ao braço do participante, absorve um pouco do ar, aproximadamente 1/15 do volume de uma inalação humana média".

As informações foram analisadas no laboratório de Snyder, no qual foram extraídas sequências de DNA e RNA para a identificação dos micro-organismos e substâncias aos quais a pessoa esteve exposta.

"Os cientistas criaram bases de dados de bactérias, fungos e vírus, mas para decodificar completamente nossas exposições ambientais construímos uma base de dados para incluirmos mais de 40 mil espécies", afirmou Chao Jiang, coautor do estudo.

Esse trabalho abre uma porta importante para que sejam descobertas as causas de alterações patológicas geradas pela "nuvem" de seres vivos e partículas que nos cercam, afirmou Snyder.

Analisar as milhares de partículas que interagem permanentemente com uma pessoa ajudará a identificar os motivos de reações alérgicas.

"A saúde humana é influenciada por duas coisas: seu DNA e o meio ambiente", declarou Snyder na apresentação do estudo, publicado na revista científica "Cell".