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Putin pede combate à desigualdade de gênero, mas defende família tradicional

20/09/2018 11h33

Moscou, 20 set (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quinta-feira durante o Fórum Eurasiático de Mulheres, realizado em São Petersburgo, que é preciso combater a desigualdade de gênero, apesar de ter defendido a família tradicional.

"É de nosso interesse solucionar o problema da desigualdade de gênero, eliminar os estereótipos, que infelizmente ainda existem, e as limitações à ascensão laboral", disse Putin em seu discurso.

O presidente russo, que já foi acusado várias vezes de machismo, também defendeu abrir caminho para que "as meninas recebam a educação necessária" para progredir na sociedade.

"As mulheres exercem cada vez mais um papel importante no fortalecimento da paz e da segurança, o que é natural para as mulheres, e na solução de importantísssimos problemas socioeconômicos e humanitários", disse Putin.

"Sem dúvida, o mundo, os estados, só ganham se houver mais histórias de sucesso de mulheres. Poderemos reforçar o potencial nacional, garantir um desenvolvimento global sólido. Certamente, para todas as civilizações", continuou o presidente russo.

Ao mesmo tempo, Putin ressaltou a importância de conservar "os valores tradicionais, os valores da família e da maternidade, que agora não dependem da contribuição da sociedade e do progresso tecnológico e são comum para os países com diferentes culturas, hábitos ou códigos".

Putin destacou que na Rússia há uma relação "profunda" e "sincera" com as mulheres, às quais o Governo apoia nos âmbitos trabalhista, social, empresarial e de voluntariado.

Ele expôs o novo programa demográfico para os próximos seis anos, as ajudas às famílias com baixa renda e o plano de apoio à natalidade neste país, preocupado com o envelhecimento da população.

Para terminar, Putin citou a ex-primeira-ministra indiana Indira Ghandi, que disse em uma ocasião: "Nossas ações de hoje formarão o dia de amanhã".

Já a presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko, denunciou que, embora já tenha ocorrido "bastante" progresso na luta contra a discriminação, no mundo ainda existe a violência doméstica, o sexismo e as barreiras trabalhistas para as mulheres.

"Tudo isso ainda acontece no mundo, mesmo nos países que querem ser líderes da democracia, do progresso e do respeito aos direitos humanos", concluiu Valentina.