Na Lituânia, papa recorda sofrimento por ocupação soviética e invasão nazista
Cristina Cabrejas
Kaunas (Lituânia), 23 set (EFE).- A lembrança e o sofrimento pela repressão durante a ocupação soviética e a invasão nazista, mas também a advertência diante de possíveis focos de ideologias perigosas, foram as mensagens passadas pelo papa Francisco durante sua visita à Lituânia.
Francisco chegou no sábado à Lituânia para uma viagem aos países Bálticos e neste domingo visitou Kaunas, a segunda maior cidade do país, para celebrar uma missa para cerca de 100 mil pessoas no parque Santakos e se reunir com religiosos locais.
Na visita ao único país Báltico com maioria católica , cerca de 80%, - enquanto na Letônia são aproximadamente 20% e na Estônia apenas 5 mil -, além de mostrar sua proximidade com os fiéis, o papa lembrou dos horrores vividos pelos lituanos.
"As gerações passadas sofreram com o tempo da ocupação, com a angústia dos que eram deportados, com a incerteza dos que não voltavam, com a vergonha da delação e da traição", lembrou Francisco aos fiéis na Homilia da missa em Kaunas.
Sofrimentos, que, segundo o papa, fizeram muitos "questionar" a fé "porque Deus não apareceu para vos defender; porque o fato de permanecer fiéis não bastou para que ele interviesse na história".
"Kaunas sabe disto; a Lituânia inteira testemunhou com calafrios diante da só menção da Sibéria, ou os guetos de Vilnius e de Kaunas, entre outros", afirmou Francisco ao fazer também referência aos anos da invasão nazista e do extermínio dos judeus.
Francisco já tinha dito durante o discurso que pronunciou ontem diante das autoridades do país que no "cenário mundial em que vivemos, crescem as vozes que semeiam divisão e enfrentamento, instrumentalizando muitas vezes a insegurança e os conflitos".
O papa também insistiu em sua mensagem durante a reza do Ángelus após a missa em Kaunas sobre a necessidade de detectar a tempo "qualquer aumento" destas ideologias.
Francisco falou dos que querem "submeter os mais frágeis, usar a força em qualquer de suas formas: impor um modo de pensar, uma ideologia, um discurso dominante, usar a violência ou repressão para convencer".
"Há 75 anos, esta nação presenciava a destruição definitiva do Gueto de Vilnius; assim culminava o aniquilamento de milhares de hebreus que já tinha começado dois anos antes", lembrou.
Perante isso, Francisco pediu "discernimento para detectar a tempo qualquer aumento dessa perniciosa atitude" para evitar que as novas gerações passem por algo semelhante.
Durante a tarde, Francisco encontrou os religosos lituanos na Catedral de Kaunas, aos quais disse que os anos de repressão "não puderam vencer a fé".
"A violência exercida sobre vocês por defender a liberdade civil e religiosa, a violência da difamação, a prisão e a deportação não puderam vencer a fé de vocês em Jesus Cristo".
Kaunas (Lituânia), 23 set (EFE).- A lembrança e o sofrimento pela repressão durante a ocupação soviética e a invasão nazista, mas também a advertência diante de possíveis focos de ideologias perigosas, foram as mensagens passadas pelo papa Francisco durante sua visita à Lituânia.
Francisco chegou no sábado à Lituânia para uma viagem aos países Bálticos e neste domingo visitou Kaunas, a segunda maior cidade do país, para celebrar uma missa para cerca de 100 mil pessoas no parque Santakos e se reunir com religiosos locais.
Na visita ao único país Báltico com maioria católica , cerca de 80%, - enquanto na Letônia são aproximadamente 20% e na Estônia apenas 5 mil -, além de mostrar sua proximidade com os fiéis, o papa lembrou dos horrores vividos pelos lituanos.
"As gerações passadas sofreram com o tempo da ocupação, com a angústia dos que eram deportados, com a incerteza dos que não voltavam, com a vergonha da delação e da traição", lembrou Francisco aos fiéis na Homilia da missa em Kaunas.
Sofrimentos, que, segundo o papa, fizeram muitos "questionar" a fé "porque Deus não apareceu para vos defender; porque o fato de permanecer fiéis não bastou para que ele interviesse na história".
"Kaunas sabe disto; a Lituânia inteira testemunhou com calafrios diante da só menção da Sibéria, ou os guetos de Vilnius e de Kaunas, entre outros", afirmou Francisco ao fazer também referência aos anos da invasão nazista e do extermínio dos judeus.
Francisco já tinha dito durante o discurso que pronunciou ontem diante das autoridades do país que no "cenário mundial em que vivemos, crescem as vozes que semeiam divisão e enfrentamento, instrumentalizando muitas vezes a insegurança e os conflitos".
O papa também insistiu em sua mensagem durante a reza do Ángelus após a missa em Kaunas sobre a necessidade de detectar a tempo "qualquer aumento" destas ideologias.
Francisco falou dos que querem "submeter os mais frágeis, usar a força em qualquer de suas formas: impor um modo de pensar, uma ideologia, um discurso dominante, usar a violência ou repressão para convencer".
"Há 75 anos, esta nação presenciava a destruição definitiva do Gueto de Vilnius; assim culminava o aniquilamento de milhares de hebreus que já tinha começado dois anos antes", lembrou.
Perante isso, Francisco pediu "discernimento para detectar a tempo qualquer aumento dessa perniciosa atitude" para evitar que as novas gerações passem por algo semelhante.
Durante a tarde, Francisco encontrou os religosos lituanos na Catedral de Kaunas, aos quais disse que os anos de repressão "não puderam vencer a fé".
"A violência exercida sobre vocês por defender a liberdade civil e religiosa, a violência da difamação, a prisão e a deportação não puderam vencer a fé de vocês em Jesus Cristo".
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