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Procurador vai ao Congresso explicar sugestão de gravar de Trump em segredo

28/09/2018 15h29

Washington, 28 set (EFE).- O procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, foi convocado pelo Congresso para explicar as informações divulgadas pela imprensa local de que teria sugerido gravar secretamente o presidente do país, Donald Trump, para expor o caos dentro do governo e abrir caminho para um impeachment.

"A direção decidiu convocar Rod Rosenstein para uma audiência a portas fechadas com nossa equipe de investigação para que ele possa explicar seus comentários sobre 'gravar' o presidente e outras afirmações incoerentes", anunciou o congressista Mark Meadows.

Integrante do Comitê de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara de Representantes, Meadows alertou que Rosenstein será formalmente convocado a depor se não se apresentar de forma voluntária. No entanto, o congressista não marcou data para o depoimento ocorrer.

O jornal "The New York Times" publicou na última sexta-feira que Rosenstein ofereceu em 2017 ao FBI gravar em segredo as reuniões que teria com Trump e sugeriu a convocação da Emenda 25 da Constituição, que permite destituir o presidente do cargo se ele for considerado pelos secretários do próprio governo de exercer o cargo.

Rosenstein é subordinado a Jeff Sessions, procurador-geral dos Estados Unidos, mas assumiu a supervisão das investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições e o possível conluio com Trump porque seu chefe se declarou impedido de trabalhar no caso.

A revelação do "Times" provocou um terremoto político em Washington, já que alguns republicanos passaram a considerar Rosenstein como uma pessoa parcial.

Na última segunda-feira, enquanto Trump se preparava para discursar na Assembleia Geral da ONU, a imprensa publicou informações contraditórias sobre o futuro de Rosenstein no cargo. Parte dos jornalistas afirmava que ele estava disposto a renunciar, enquanto outros diziam que a Casa Branca o demitiria no dia.

Nenhuma das duas hipóteses se concretizou. A Casa Branca informou que Trump e Rosenstein se reuniriam nesta quinta-feira para discutir a situação, mas o encontro acabou sendo adiado para a próxima semana, diluindo assim os rumores sobre a saída do procurador.